por Cecília de Paiva
Organizados por sujeitos da missão, os 700 participantes do 4º Congresso Missionário Nacional (4º CMN) aprofundam, nas tardes de sexta-feira e sábado (dias 8 e 9) o conteúdo das cinco conferências em 19 oficinas temáticas, conforme escolha no ato da inscrição para o evento que acontece de 7 a 10 de setembro em Recife (PE).
As oficinas recebem em torno de 30 pessoas cada uma e acontecem nas salas do Colégio Damas, zona norte da capital pernambucana. Abordam a ação missionária entre leigos e leigas, na Vida Consagrada, juventude, infância e adolescência, família, migrantes, organismos missionários e outros.
Em uma das oficinas sobre Juventude Missionária, Rosângela Fátima da Silva é leiga atuante no Regional Leste 2 da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo), na cidade de Pedro Leopoldo (MG) e tem a expectativa da troca de experiências para a sua atuação pastoral. Ela conta sua experiência de educadora e catequista, e ressalta os dez dias de missão junto aos ribeirinhos do Rio Solimões, em Alvarães, região de Manaus.
“Estava entre descendentes de indígenas que vieram para a área urbana para estudar e trabalhar, agora vivem o descaso público e as consequências do favoritismo político”, narrou para explicar a ocasião em que o prefeito da época, por não ter sido reeleito, mandava desligar os registros de água de bairros inteiros, por não terem votado nele. “Nada saía das torneiras e as pessoas iam com latas d’água em motos atrás de outros bairros em busca de água”, lembrou Rosângela, complementando que os problemas existenciais são muito iguais aos da sua região. “Assim como sofro na minha cidade com a pobreza, lá ainda se verificam as mulheres muito submissas e dependentes financeiramente dos maridos”, ressaltou.
Na oficina de seminaristas, o integrante da delegação do Regional Nordeste 4 (Piauí), o seminarista Francisco Ramires, do 3º ano de Teologia disse ser fruto da Infância e Adolescência Missionária (IAM), pois aos 15 anos seguiu para o seminário. Hoje, aos 23, coordena o Conselho Missionário de Seminaristas (Comise), o primeiro no Brasil, já com 30 anos de atuação. Na experiência da missão, ressalta sua ida, com mais doze seminaristas, à Prelazia de Borba, no Amazonas. Disse que o retorno foi como uma explosão do ardor missionário. “Pudemos ver a Igreja que partilha, pois o pobre que vimos tem a pobreza que vivemos no Piauí. Repercutiu em cada um a certeza missionária. Um dos resultados é que teremos, em 2018, um Mês de Missão por força da cooperação missionária, com seminaristas do Amazonas recebidos em Bom Jesus, Piauí”, confirmou Francisco.
Vinda pelo Regional Oeste 1, Mato Grosso do Sul, a leiga Lenir Ortiz está em uma das oficinas sobre a missão ad gentes, dizendo que espera fortalecer e motivar sua atuação junto às famílias e a juventude, e ainda ter maior discernimento sobre a metodologia na organização da missão em sua realidade. No Regional a que pertence, disse estar em fase de organização do 4º Congresso Missionário Regional, a ocorrer na diocese de Naviraí (MS). Mas em relação às questões onde atua, o maior problema está na distância geográfica entre as comunidades, com dificuldades de articulação da Igreja local para verificar, com mais afinco, problemas gritantes como a questão do suicídio entre jovens, incluindo tentativas entre crianças. “A participação do jovem é muito pouca por ali. Essa questão do suicídio está perto de nós. Inclusive, houve uma criança de doze anos que tentou e outros casos perto de nossos filhos”, disse Lenir, destacando um dos desafios da missão em sua região.
Essas e outras realidades dos congressistas motivam a integração e a participação nas discussões que se fazem após ouvirem as conferências da manhã, sendo que, nesta sexta-feira, 8, aconteceram as palestras “Igreja em saída na perspectiva ad gentes”, com padre Estêvão Raschietti, e “Testemunho e Profetismo”, com dom Roque Paloschi.
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Assessoria de Comunicação do 4º CMN.