Boletim da Secretaria Internacional da IAM

A nova publicação do Boletim de março de 2019 introduziu-nos num caminho de partilha não só da realidade da Obra da Santa Infância nos vários contextos, mas também dos temas que consideramos importantes no percurso da fé de cada pessoa batizada, com particular referência aos mais pequenos, considerando a natureza missionária da Igreja. Começamos com a espiritualidade das crianças e prosseguimos com a maternidade e a paternidade espiritual. Neste número, queremos centrar a nossa atenção na família cristã do mundo de hoje.

Todos os adultos, independentemente da sua condição ou localização geográfica, têm alguma responsabilidade educativa para com as crianças e, entre os adultos que têm um papel particular e insubstituível, os pais são os primeiros a ter o dever e o direito de educar os seus filhos de forma integral e “artesanal, de pessoa para pessoa” (Amoris laetitia n.16).

“O sentimento de ser órfãos, que hoje experimentam muitas crianças e jovens, é mais profundo do que pensamos “ (AL n.173) e em resposta a este estado de órfão, o papel da família é fundamental, juntamente com o da comunidade social e eclesial, que no entanto nunca poderá substituí-la.

“Nos nossos dias, num mundo muitas vezes estranho e até hostil à fé, as famílias crentes são de primordial importância, como focos de fé viva e irradiante.” (CCC #1656)

De fato, a aceitação e permanência na fé dependem principalmente da experiência que a pessoa tem tido na família desde a tenra idade. O Papa Francisco afirma que “Os próprios hábitos adquiridos em criança têm uma função positiva, ajudando a traduzir em comportamentos externos sadios e estáveis os grandes valores interiorizados.”. (AL #266)

Por esta razão é possível que os pais, juntamente com os seus filhos, se tornem sujeitos de evangelização, formação e missionariedade. A este respeito, o novo Diretório de Catequese traça uma definição verdadeiramente bonita, eclesial, completa e missionária da família, chamando-lhe “proclamação da fé, um lugar natural em que a fé pode ser vivida de forma simples e espontânea” (n.227) e, ao mesmo tempo, afirma que a família cristã proclama o Evangelho e participa na missão evangelizadora da Igreja. Por isso, no serviço educativo às crianças, se contribui para a construção da comunidade cristã e testemunha o Evangelho na sociedade. (ver no 231)

Permanecendo neste contexto já Amoris Laeititia, n.289, afirmou que “ os filhos que crescem em famílias missionárias, frequentemente tornam-se missionários “ se os pais sabem viver esta tarefa duma maneira tal que os outros os sintam vizinhos e amigos, de tal modo que os filhos cresçam neste estilo de relação com o mundo.

Ainda hoje muitas famílias vivem no amor, na fé e vivem a sua vocação como igreja doméstica, como igreja missionária, e por isso agradecemos ao Senhor e ao Espírito Santo que continua a ajudar e a apoiar as famílias na “procura de novos recursos e na invenção de novos métodos”.

Neste contexto familiar, unamo-nos com a oração à dor da Senhora Carmen, mãe de Lilian e Blanca, duas meninas que eram membros da
infância missionária na Nicarágua, que foram violentamente assassinadas no passado dia 14 de setembro.

Ir. Roberta Tremarelli
Secretária geral da Pontifícia Obra da Infância Missionária

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