Está reunido, em Roma, o Conselho Pré-Sinodal para a segunda reunião da equipe. Convocados pelo Papa Francisco, nos dias 14 e 15 de maio, bispos, padres, religiosos e leigos discutem e analisam o texto do Documento de Trabalho (instrumentum laboris) do Sínodo para a Amazônia elaborado por especialistas, a partir do Documento Preparatório e das escutas realizadas em toda a Pan-Amazônia.
O instrumento, após aprovado, será enviado para todos os participantes da Assembleia Sinodal, marcada para os dias 6 a 27 de outubro. Da Pan-Amazônia estarão presentes cerca de 110 bispos, nessa que será uma grande oportunidade de refletir novos caminhos para a Igreja e para a Ecologia Integral em outubro.
Dos 19 integrantes do Conselho Pré-Sinodal, cinco são brasileiros, somados aos três especialistas que também são do Brasil. Para a religiosa Maria Irene Lopes, secretária executiva da REPAM-Brasil, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia, membro do Conselho pré-Sinodal e única mulher presente nesse Sínodo com voz ativa, a reunião é oportunidade de retomada das escutas territoriais, estudo do material produzido pelos especialistas e ajustes que sejam necessários para os próximos passos do processo sinodal. “Será um momento rico de experiências e de possibilidades de cada vez mais atendermos às solicitações e àquilo que os povos da Amazônia esperam desse grupo”, destacou Ir. Irene.
Convocado pelo Papa Francisco em outubro de 2017, o Sínodo para a Amazônia é um caminho que está em construção, afirmou Dom Nery Tondello, bispo de Juína e membro do Conselho Pré-Sinodal. Para ele, o Instrumento de Trabalho que estará em discussão nesses dois dias precisa ser fiel às escutas realizadas com os povos de toda a Pan-Amazônia. “Esperamos que esse Sínodo seja expressão e oportunidade de graça para a Igreja da Amazônia e, principalmente, para os povos da Amazônia”, concluiu Dom Neri.
“Os membros do Conselho Pré-Sinodal terão uma grande missão para não deixar de lado as questões importantes que surgiram durante o tempo das escutas (sinodais)”, afirmou o padre Justino Rezende, da etnia Tuyuca, único indígena da Pan-Amazônia membro da equipe de especialistas que contribui na redação do Instrumento de Trabalho. Ele ainda alerta que os bispos presentes na Assembleia Sinodal, a ser realizada em outubro, estejam atentos para o Sínodo seja conduzido, de fato, a partir do olhar para a Amazônia e não de fora. “Espero que os bispos e demais envolvidos tenham serenidade, sabedoria, inteligência e capacidade de diálogo para poder fazer um trabalho bem feito e que corresponda aos desafios reais que os habitantes da Amazônia sentiram”, afirmou Padre Justino.
Para a professora Márcia Maria Oliveira, assessora da REPAM-Brasil e especialista que contribuiu na elaboração do Documento de Trabalho, a expectativa é de que o documento corresponda à linguagem e consiga carregar as contribuições de todo o povo da Pan-Amazônia no processo de escuta, realizado nos últimos meses. “O documento pode e deve carregar também a nossa sinodalidade de uma Igreja (da Amazônia) que tem muito a dizer para a Igreja universal, no sentido e de maneira especial, de uma Igreja comprometida com os mais pobres, pobre com os pobres, humilde com os humildes”, chamou à atenção a especialista Márcia Oliveira.
Por dentro do processo do Sínodo para a Amazônia:
– Outubro de 2017 – Papa Francisco convoca o Sínodo para a Amazônia.
– Janeiro de 2018 – Papa Francisco em viagem a Porto Maldonado, no Peru, dá início ao processo Sinodal.
– Abril de 2018 – Primeira reunião do Conselho Pré-Sinodal em Roma.
– Maio de 2018 – Lançamento do Documento Preparatório do Sínodo e início das escutas territoriais.
– Novembro de 2018 – Visita do Cardeal Baldisseri e acompanhamento do processo de escutas territoriais.
– Fevereiro de 2019 – Conclusão das escutas territoriais e início da elaboração do Instrumento de Trabalho
– Maio de 2019 – Segunda reunião do Conselho Pré-Sinodal em Roma.
– Outubro de 2019 – Realização do Sínodo para a Amazônia
Fonte: REPAM