Neste dia 5 de setembro, data que marca a celebração do Dia da Amazônia, o arcebispo de Manaus (AM) e presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e o bispo da prelazia de Marajó (PA) e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), dom Evaristo Pascoal Spengler, publicaram a carta: “Tempo de Sonhar uma política para o bem comum na Amazônia”.
No texto, os presidentes da Comissão para a Amazônia da CNBB e da REPAM-Brasil afirmam que “a insaciedade voraz do capital declara sua marcha extrativista e decreta seu avanço rumo à última fronteira da expansão de uma “economia que mata” (cf. EG 53), alicerçada nos grandes projetos predatórios e suicidas, que contaminam e destroem as fontes da vida, secam os rios, aquecem o ar, prejudicam a agricultura familiar, expulsam comunidades, perseguem lideranças e povos, concentram gente em cidades insustentáveis e adoecidas”.
O texto aponta, ainda que, cresce a fome entre a população enquanto grãos, minérios e riquezas são exportados. A violência socioambiental, alimentada pela impunidade, torna mais profunda a desigualdade, causa de dor, sofrimento e morte dos amazônidas. “Está declarada, também, a emergência climática na Amazônia e no Planeta. Assombra-nos as perspectivas fundadas no conhecimento científico de chegarmos a um ponto de irreversibilidade do processo predatório nos territórios amazônicos”, aponta o documento.
A carta aponta que o primeiro passo para a “política melhor”, na Amazônia e no Brasil, é reconquistar o compromisso com um projeto comum (cf. FT, Cap. 5), que reúna todos os povos e integre os/as excluídos/as, no campo, na floresta e na cidade. Essa tarefa compete a todos, particularmente, aos políticos e aos que exercem cargos públicos.
“Comprometidos com a defesa da vida, da dignidade e da cultura dos povos da Amazônia, nós, em nome dos bispos da Amazônia legal brasileira manifestamos nosso repúdio às lideranças políticas, em todas as esferas de poder, que defendem ou promulgam projetos de morte na Amazônia, como a concentração e grilagem da terra, a liberalização do garimpo, a mineração em terras indígenas, o marco legal. Apoiar lideranças que agem assim é tornar-se cúmplice de sua abominável prática”, diz um trecho.
Conheça a íntegra do documento: “Tempo de Sonhar uma política para o bem comum na Amazônia”