A vida do bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga, que se dedicou a lutar para que a população mais pobre e os indígenas tivessem consciência de seus direitos e lutassem por eles, está sendo contada em uma exposição fotográfica, em São Paulo (SP).
A mostra ‘Pedro Casaldáliga, profissão: Esperança’ foi aberta na última quarta-feira (25), no Centro Cultural São Paulo (CCSP), e permanece no espaço até dia 30 de abril, com visitação pública gratuita.
Com imagens registradas pelo fotógrafo catalão Joan Guerrero, a exposição esteve em maio de 2015 na cidade de Barcelona e, segundo Marta Nin, sub-diretora da Casa América da Catalunha, teve uma repercussão positiva. “O impacto foi muito grande. Na cerimônia de abertura eram muitos os que participaram e muitos também os políticos, intelectuais, artistas, jornalistas, empresários e missionários que estavam presentes”.
A exposição registra o período de 2011 da vida de dom Pedro Casaldáliga e do povo de São Félix do Araguaia (MT), onde o bispo vive desde 1968, e virá com novidades para o Brasil. ”Acrescentamos poemas e cartas escritas por dom Pedro que cobrem todos os períodos de sua vida. Tem uma carta em particular que desperta muito minha atenção por ele ter escrito aos 12 anos para os pais, anunciando sua vontade de entrar para o sacerdócio. Produzimos também um vídeo de personalidades brasileiras comentando o legado de Casaldáliga”, afirma Marta Nin.
A diretora acredita que essa exposição é muito importante, pois lembra a força da resistência. “Os pensamentos de Dom Pedro são ainda muito reveladores e trazem toda luz para iluminar nossos tempos sombrios. Casaldáliga é um lutador incansável pelas causas em que acredita, ele é de uma fé profunda e ao mesmo tempo um revolucionário que lutou toda a sua vida para alcançar um mundo mais justo e próspero”.
Nascido Pere Casaldáliga, em Balsareny, na província catalã de Barcelona, ele veio ao Brasil como missionário e passou a viver na cidade de São Félix do Araguaia, onde recebeu inúmeras ameaças de morte. Ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também a Comissão Pastoral da terra (CPT). Durante o golpe civil militar, foi brutalmente perseguido e sofreu cinco processos de expulsão do país. Mesmo após o fim da ditadura, continuou sua luta em prol das comunidades menos favorecidas, principalmente dos indígenas e do Movimento dos Trabalhadores sem Terra.
A solenidade de abertura da mostra contou com a presença do fotógrafo Joan Guerrero.
Durante a visita, os visitantes poderão escutar “Araguaia”, peças musicais e também poderão ler trechos de cartas, poemas e textos pastorais de autoria do bispo.
A exposição é idealizada pela Associação Cultural Catalonia e a Casa América Catalunya e com apoio do Governo da Catalunha e do Diplocat, organismo de diplomacia pública.
Fonte: A12 Notícias