Visando fortalecer a importância da consciência missionária diante da essência da Igreja que é missionária e a missão é seu alicerce, a Arquidiocese de Manaus tem realizado um importante caminhada de Comunhão, Participação e Missão para cada dia ser mais uma Igreja sinodal e missionária . E nesse processo, está sendo realizada em Manaus a segunda edição da Formação Missionária, entre os dias 1 e 3 de agosto, reunindo cerca de 200 pessoas que desejam crescer mais na fé, na missão e na caminhada sinodal que a Igreja Católica tem realizado, desde o ano de 2021, quando o Papa Francisco convocou para o Sínodo da Sinodalidade. O evento foi organizado pela Comissão de Missionariedade da Arquidiocese de Manaus e está sendo realizado no auditório do Centro de Formação Maromba, com a assessoria da Ir. Regina Pedro, diretora das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil (POM Brasil).
Durante o momento de abertura, Pe. Geraldo Bendaham, coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Manaus e membro da Comissão da Missionariedade, destacou a importância de dar continuidade à esse processo formativo para preparar missionários que caminhem na sinodalidade, compreendendo que o ser missionário nasce no batismo.
“Esse é o segundo encontro de Formação Missionária. O primeiro foi realizado ano passado com o Pe. Antônio Niemiec, no Colégio Dom Bosco, com cerca de 600 pessoas, impulsionadas pelo espírito animado no congresso missionário. E esse espírito continua soprando por isso muitos vieram e está refletindo em seus rostos muita alegria e a emoção do coração ao recordar que devem permanecer com ‘os corações ardentes e os pés a caminho’. Este encontro foi planejado com muito carinho pela Comissão da Missionariedade”, destacou Pe. Geraldo que também deu orientações práticas sobre os dias do evento aos participantes.
Em seguida, Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, fez uma breve contextualização da caminhada sinodal iniciada na arquidiocese em 2021 com o processo de escuta, seguida da Assembleia Sinodal Arquidiocesana em outubro de 2022 quando surgiu as diretrizes da ação evangelizadora desta arquidiocese
“Na assembleia sinodal da nossa arquidiocese, nós construímos algumas diretrizes, tomamos consciência de alguns caminhos para nossa arquidiocese. Na assembleia sinodal, a gente dizia que a missão é mais que um pilar, é o alicerce da casa. A igreja se constrói sobre a missionariedade e nesta assembleia sinodal, nós estabelecemos, definimos, construímos juntos o que a gente chamou de caminhos da missionariedade ou caminhos da missão. […] O que a gente está vivendo aqui, como a gente viveu também ano passado, com o Pe. Antônio Niemiec, tem a ver com esses caminhos de missão. E nesse mesmo sínodo que o Papa Francisco convocou, ele falava de ‘comunhão, participação e missão’, mas depois, num segundo momento, o sínodo começou a se construir a partir de duas palavras muito fortes: Sinodalidade e Missão. Quase dizendo que se a igreja não consegue se articular viver de modo sinodal, se a gente não consegue caminhar junto, nós estamos enterrando a missão da igreja”, destacou Dom Zenildo.
A escolha do tema
O tema escolhido para este ano foi “Do batismo nasce a Igreja sinodal missionária”, inspirado no Documento Final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação, Missão”, dando continuidade ao processo formativo que prepara e anima o espírito missionário em cada cristão batizado.
Com o tema, a comissão tem o objetivo de promover reflexão sobre a missão que todo batizado recebe no batismo, estando em estado permanente de saída e colocando-se a serviço em meio a uma pluralidade de dons.
Conversão para caminhar juntos
A convidada para assessorar os três dias de formação missionária foi a Irmã Regina Pedro, diretora das Pontifícias Obras Missionárias no Brasil (POM Brasil), que de forma bem pontual e clara, apresentou a importância de compreender e colocar em prática o que Papa Francisco orientou no Documento Final do Sínodo da Sinodalidade, que aponta para a necessidade de conversão em diversos aspectos para sermos mais missionários.
No primeiro dia, ela apresentou de forma resumida o que fala o texto de apresentação do Documento Final, que afirma ser esta publicação um fruto de um processo que continua. Nesta, apontou o chamado à missão é ao mesmo tempo chamado à conversão (do coração, das relações, dos processos e dos vínculos). Também pediu a cada participante (leigos e leigas, religiosas, padres e bispos) que refletisse sobre cada uma dessas conversões a fim de compreender que reconhecer essas fragilidades faz com que haja mudança nas atitudes e a igreja consegue caminhar na missionariedade e na sinodalidade.
“O documento sobre a Sinodalidade tem uma história longa, fruto de um processo. Vamos tentar olhar o documento procurando fazer um movimento de olharmos para o documento, mas procuramos depois olhar para nós mesmos, para nossa realidade, a partir daquilo que o documento diz. No documento é feito um convite para a conversão. A conversão é uma maneira também de rever o nosso modo de tomar decisões, o nosso modo de viver juntos, as nossas relações. Então, essa palavra conversão é uma palavra muito forte naquilo que é a caminhada do sínodo. […] Um documento como esse, que marca um momento importante nesse processo, vem para mexer conosco, para mexer mesmo com as bases”, explicou Ir. Regina.
Irmã Regina Pedro destacou que o documento aponta para uma necessidade de um processo sinodal contínuo e concreto, com percursos formativos para promover uma conversão palpável e que a missão envolve uma conversão do coração, das relações, dos processos decisórios da Igreja e dos vínculos.
“A introdução do documento nos diz que é necessária essa busca de caminhos concretos e percursos formativos para realizar uma conversão sinodal palpável nas várias realidades, que sejam coisas reais, concretas. E se fala que esses caminhos precisam ser percursos formativos que vai ser um instrumento também para que essas mudanças sinodais sejam concretas. Quem é chamado à missão, é ao mesmo tempo chamado à conversão. Conversão do coração (sentimentos, imagens e pensamentos), conversão das relações (que entrelaçam vocações, carismas e ministérios), conversão dos processos (o modo como se tomam decisões na igreja, o exercício da autoridade em todos os níveis) e a conversão dos vínculos”, destacou a diretor da POM Brasil.
Por: Ana Paula G. Lourenço


