Guiné Equatorial: “a missão se faz com o testemunho”, diz cardeal Filoni

O cardeal Filoni encerrou sua visita pastoral à Guiné Equatorial, no dia 25 de maio, na diocese de Bata, com uma missa na Catedral. Na solenidade da Ascensão, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, encontrou sacerdotes, religiosos e religiosas.

“Hoje, nesta Igreja de Bata ressoam novamente as palavras de Jesus, recém-ouvidas e dirigidas a seus discípulos, no dia da Ressurreição. Jesus Ressuscitado envia seus discípulos em missão. Ele os manda a todos os povos, para evangelizar e batizá-los”, disse no início da homilia. Depois de reafirmar que “a Igreja nasceu para evangelizar e esta missão é aberta a todos os batizados, ninguém é excluído”, recordou os inícios da evangelização na Guiné Equatorial, oferecendo aos primeiros missionários “um tributo de gratidão e de respeito por esta grande obra de evangelização que desempenharam”.

AP3071271_ArticoloEm seguida, evidenciou a relação imprescindível entre missão e testemunho: “A missão se faz com o testemunho… Cada um segundo sua identidade, cristã ou religiosa, é chamado a dar testemunho a Cristo Ressuscitado. Todos somos chamados a ser luz do mundo e sal da terra e a iluminar as trevas de nossos mundo: pensemos, por exemplo, na imoralidade de todo dia, no uso das drogas, nos roubos como sistema de vida, na bruxaria, na violência nas famílias e na sociedade, nos semeadores de discórdia e de confusão na fé”.

Aos leigos, o cardeal recordou que “a Igreja realiza sua missão especialmente por meio de seus membros leigos, que a tornam presente e ativa na vida do mundo” e os encorajou: “Vocês, leigos, têm um grande papel a desempenhar na sociedade. Convido-os com todo o coração a assumir suas responsabilidades nos campos político, econômico e social. Façam penetrar e absorver as realidades de seu país e de sua cultura, do sabor do Evangelho. Protejam-se também da confusão das seitas”.

Na parte conclusiva da homilia, o cardeal Filoni exortou os presentes: “Como membros desta Igreja, são convidados a contribuir para seu crescimento. Peço-lhes que testemunhem com coragem o Evangelho, levando a esperança aos pobres, sofredores, abandonados e desesperados, a todos aqueles que têm sede de amor, de liberdade, de verdade e de paz”. Enfim, encorajou: Não tenham medo das exigências da missão, rejeitem temores e incertezas, porque o próprio Jesus nos fez uma promessa solene: “Estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20)”.

RV25707_ArticoloÀ tarde, o cardeal se encontrou com o clero, religiosos e religiosas da diocese de Bata, antes de retornar a Malabo e dali para Roma. “Expresso minha gratidão e apreço por sua ativa presença e seu generoso engajamento na obra de evangelização, na pastoral diocese e, de modo especial, na catequese, no mundo da educação e da saúde. Suas diversas e multiformes atividades pastorais constituem uma preciosa e necessária ajuda na atividade missionária da Igreja”, disse o prefeito do Dicastério Missionário. Em seguida, voltou a ressaltar “a exigência fundamental do testemunho que a Igreja é chamada a dar ao mundo. E se o testemunho da Igreja é exigido a todos os seus membros, é dever, principalmente, dos sacerdotes e das pessoas consagradas, que possuem uma união especial com Cristo… Para ser autênticas testemunhas da presença vivificante de seu amor, hoje e neste país, é imperativo para os sacerdotes e as pessoas consagradas voltar à fonte, ou seja, a Cristo, para proceder bem rumo ao futuro”.

Depois de reiterar que sacerdotes e pessoas consagradas são chamados “a levar a alegria do Evangelho aos pobres”, o cardeal prosseguiu: “é a pobreza evangélica que nos faz superar todo egoísmo e que nos ensina a confiar na providência de Deus. A verdadeira pobreza nos ensina a ser solidários com o nosso povo, a saber compartilhar com caridade. Ela se expressa também em uma sobriedade de vida e nos alerta para os ídolos materiais que ofuscam o sentido autêntico da vida”.

Dentre os motivos de preocupação, o cardeal prefeito citou especialmente “o êxodo de sacerdotes rumo a países europeus que, depois dos estudos não retornam mais para servir a Diocese. É igualmente preocupante que sacerdotes e religiosos se recusem em ir para alguns lugares onde são convidados por se tratar de lugares distantes ou pobres” e advertiu: “a busca do próprio bem-estar é um risco do qual devemos nos proteger. É um testemunho negativo que sacerdotes e pessoas consagradas se dediquem a negócios, ao business, à busca de interesses materiais”.

Filoni concluiu seu discurso com uma exortação ao clero e aos religiosos: “tornem alegre o anúncio do Evangelho com toda a sua pessoa na pobreza, castidade e obediência. Os males que afligem nossas sociedades e sombreiam o rosto da Igreja só podem ser derrotados com a redescoberta e a vivência dos valores evangélicos da pobreza, castidade e obediência. E vocês são chamados a ser modelo disto”.

Fonte: Agência Fides

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