Neste domingo, 20 de setembro, os grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM) acompanharam através da Rede Vida de Televisão e redes sociais a missa da 8ª Jornada Nacional da IAM. Presidida por Pe. Maurício Jardim, diretor das POM no Brasil, a missa foi realizada direto da sede das POM em Brasília, sendo um momento importante da caminhada da IAM. Ir. Patrícia Souza, secretária nacional da Obra, conduziu a oração de consagração e convidou as crianças e suas famílias a acompanharem de suas casas.
Durante a homilia, Pe. Maurício Jardim lembrou que na Infância e Adolescência Missionária a consagração é uma forma das crianças e adolescentes assumirem pública e solenemente a decisão de serem missionários. “Neste dia especial de renovar nossa consagração batismal e nossa adesão a Cristo, queremos estar em comunhão com o Papa Francisco, com toda a Igreja e com todas as Crianças e adolescentes dos cinco continentes” destacou o diretor.
Acompanhe a homilia da celebração da 8º Jornada Nacional da IAM:
“Saúdo todos e todas que celebram aqui conosco na capela das Pontifícias Obras Missionárias a 8ª Jornada Nacional da Infância e Adolescência Missionária. De modo particular saúdo a Ir. Patrícia Sousa, secretária Nacional da IAM, o Pe. Badacer Neto, secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, tendo atividades com a Juventude Missionária, as Famílias Missionárias e os Idosos e Enfermos Missionários; o Pe. Antônio Niemiec que nos acompanha pelos canais da Rede Vida, secretário da Pontifícia União Missionária que atua na formação missionária do clero, dos seminaristas e todo povo de Deus. Saúdo a Ir. Maria Inês, presidente da Conferência dos religiosos do Brasil (CRB), aqui presente e também a todos os colaboradores das POM. Essa saudação é de forma especial para todas as crianças e adolescentes, assessoras(es) da IAM que em família, na Igreja doméstica, celebram conosco, neste domingo, Dia do Senhor.
Esta Jornada da IAM, pensada e preparada para o mês de maio, junto com tantas atividades promovidas pelas POM, necessitou ser repensada em sua data e em seu formato, pois todos e todas fomos surpreendidos pela pandemia que mudou nossas agendas e rotinas. Como bem nos disse o Cardeal Tagle, prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos: “Na pandemia muitas portas foram fechadas, no entanto janelas foram abertas”. Nas janelas que se abriram, o Espírito Santo, protagonista da missão, intensificou ainda mais sua ação no mundo e em nossos corações.
Em tempos de isolamento social, o papa Francisco nos convida a interpretar o que Deus está nos dizendo: “A impossibilidade de nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eucaristia nos fez compartilhar a condição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a Missa todos os domingos”. Sou testemunha desta realidade nos anos em que vivi a missão em Moçambique. Lá, as comunidades têm missa uma vez ao ano, semelhante à realidade de muitas comunidades aqui no Brasil, no território Amazônico.
Continua o Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial das Missões: “Esta crise é um sinal de alarme para refletir sobre onde se apoiam as raízes mais profundas que nos sustentam na tempestade. Lembra que esquecemos e ignoramos algumas coisas importantes da vida e nos faz refletir sobre o que é realmente importante e necessário e o que é menos importante, ou seja, a aparência. É um momento de provação e escolha para que possamos dirigir nossas vidas a Deus, que é nosso apoio e nossa meta, de uma maneira renovada. Esta crise nos mostrou que, precisamente em situações de emergência, dependemos da solidariedade dos outros… Ela deve nos fazer agir contra a injustiça global para que possamos despertar e ouvir o grito dos pobres e do nosso planeta tão gravemente doente”.
É neste mundo marcado por uma crise sanitária, ética, sócio ambiental, econômica e política que somos chamados e chamadas a testemunhar a vida em missão. A missão que nasce do encontro com Jesus Cristo, não se reduz a atividades ou a uma dimensão. Somos missionários(as) vinte e quatro horas no dia: quando estamos em casa com a família, na escola, com os amigos, no lazer e em todos os momentos da vida cotidiana. A missão não é um enfeite ou uma moda que passa. Recebemos de graça o amor de Deus e o comunicamos às pessoas. Esta comunicação se dá não tanto por palavras, mas sobretudo pelo testemunho.
Há três formas de cooperarmos com a missão de Deus. A oração, a oferta e a vida missionária. Ou como se expressou o Papa Leão XIII: “a missão se faz com os joelhos que rezam, as mãos que partilham e os pés que partem”. São três atitudes de nosso ser missionário que se orientam e se abrem à universalidade. Jesus nos envia a todos os povos. As crianças e adolescentes da Infância e Adolescência Missionária assumem este compromisso de vida, através de uma Ave-Maria por dia e uma moedinha por mês. Toda coleta do cofrinho missionário realizado pelos grupos da IAM no Brasil será enviada às crianças e adolescentes do continente asiático.
A Palavra de Deus hoje, nos recorda que os pensamentos e caminhos de Deus são diferentes dos nossos pensamentos e caminhos. Deus nos convida a entrar na sua lógica que é sempre superior à nossa. O amor de Deus é transbordante. Ele sempre se excede em compaixão, serviço, solidariedade e cuidado com os mais vulneráveis. É uma lógica que não tem cálculos, nem medidas. No coração missionário não há lugar para violência, guerra, discriminação, ódio, preguiça e medos. As crianças e adolescentes da IAM nos ensinam a leveza deste amor transbordante. O Evangelho fala dessa bondade do amor de Deus que nos chama a viver a missão em diferentes momentos da nossa história. Algumas pessoas foram chamadas na primeira hora e outras, porque ninguém as chamou ou as enviou, são chamadas na última hora da vida. No entanto, a recompensa generosa de Deus é abundante e igual para todos nós. Assim acontece no caminho missionário de São Paulo que resumiu sua fé no encontro com Cristo: “Para mim viver é Cristo e o morrer é lucro”.
Na Infância e Adolescência Missionária a consagração é uma forma das crianças e adolescentes assumirem pública e solenemente a decisão de serem missionários/as, ou seja, de viverem o batismo. Neste dia especial de renovar nossa consagração batismal e nossa adesão a Cristo, queremos estar em comunhão com o Papa Francisco, com toda a Igreja e com todas as crianças e adolescentes dos cinco continentes.
Concluo com as palavras do Papa Francisco na mensagem para o Dia Mundial da Missões: “Deus continua a procurar a quem enviar ao mundo e aos povos para testemunhar seu amor, sua salvação, sua libertação do mal (cf. Mt 9,35-38; Lc 10,1-11)”. Hoje, Ele nos pergunta: ‘Quem enviarei?’ – e aguarda, de nós, uma resposta generosa e convicta: ‘Eis-me aqui, envia-me’ (Is 6, 8).”
Pe . Maurício da Silva Jardim
Diretor das POM