por Ricardo Witt *
Com o tema “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, o Regional Sul 3 da CNBB realiza, neste final de semana, dias 28 a 30, o seu 1º Congresso Missionário do Regional. O evento reúne no Centro de Pastoral da diocese de Caxias do Sul, representantes de organismos missionários, bispos, padres, religiosos(as), leigos(as) e seminaristas de todas as dioceses do Rio Grande do Sul.
Dom Jaime Pedro Kohl, bispo de Osório e referencial para a missão no Regional Sul 3, destacou a importância do encontro que visa a preparação da Igreja gaúcha ao 4° Congresso Missionário Nacional (4º CMN) a ser realizado no mês de setembro em Recife (PE) e o 5° Congresso Missionário Americano (CAM 5) que acontecerá em 2018 na Bolívia.
A programação abriu com um momento de oração e acolhida dos cerca de 100 participantes que em seguida refletiram sobre “Missão e cooperação missionária” conforme o Documento de Estudo 108 da CNBB. O tema foi apresentado por dom Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB.
Segundo o assessor, o cristão vai para a missão para se inserir, se inculturar, e não para fazer uma experiência de Igreja local. Para isso, são necessárias atitudes de serviço e participação na transformação da sociedade pelo bem dos pobres, diálogo com as culturas, anúncio do Evangelho e testemunho de comunhão eclesial. Dom Esmeraldo recordou o papa Paulo VI, que em sua Encíclica Evangelii Nuntiandi: “evangelizar não é para quem quer que seja um ato individual e isolado, mas profundamente eclesial” (EN, 60).
“A missão nasce da Santíssima Trindade. Deus é amor. Ele partilha gratuitamente o seu Amor. O Evangelho nos diz: Deus Pai ama de tal modo o mundo que envia o seu Filho não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Jesus Cristo é o missionário do Pai. Ele veio para anunciar e iniciar o Reino de Deus. Envia o Espírito Santo para guiar a vida da Igreja. Ele é o protagonista da missão”, destacou o bispo.
A partir do encontro pessoal com Cristo, o cristão descobre a sua vocação missionária, em saída, pois Deus saiu por primeiro. “Missão é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo e cumprir esta missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã”, sublinhou dom Esmeraldo. A nova evangelização se dá em três âmbitos: a pastoral ordinária junto aos cristãos atuantes; a evangelização junto aos batizados que se afastaram da Igreja; e a missão aos que nunca ouviram falar de Cristo ou que sempre o recusaram e a outros povos e culturas.
Neste sentido, recordou o bispo, “existe a cooperação missionária, como é o caso dos projetos das Igrejas-irmãs. Ela tem por base o sentido de que a missão não pode se restringir ao lugar onde estamos ou aos limites da paróquia ou diocese. Para dom Esmeraldo, “a cooperação missionária é formada por compromissos missionários importantes e que precisam estar interligados: animação pastoral voltada à conversão eclesial e ação evangelizadora voltada para o testemunho profético dos cristãos junto à sociedade”.
O primeiro dia de atividades incluiu ainda, a celebração da Eucaristia presidida por dom Alessandro Roffinoni, bispo da diocese anfitriã. À noite houve um rico momento de partilhas missionárias.
O arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler enviou uma mensagem aos participantes do Congresso.
Neste sábado a programação prossegue com a reflexão sobre o tema do Texto-base do 4º Congresso Missionário Nacional “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”, assessorado pelo padre Jaime C. Patias, secretário nacional da Pontifícia União Missionária. Em seguida, serão feitas visitas missionárias às famílias de alguns bairros de Caxias do Sul.
- Comunicação Comire Regional Sul 3 da CNBB