IX Congresso Nacional das Entidades Negras Católicas

A Pastoral Afro-brasileira da CNBB promove nos dias 18 a 21 de janeiro, em Maringá (PR), o IX Congresso Nacional das Entidades Negras Católicas (Conenc). O objetivo é articular a Palavra de Deus e os documentos da Igreja para apontar caminhos

Segundo os organizadores, participarão do Encontro cerca de 70 lideranças de todo o Brasil em busca de uma nova Pastoral Afro-brasileira. As reflexões incluem temas como: a Palavra de Deus e o povo negro (Os negros na Bíblia enquanto povo escolhido por Deus); Religiosidade africana; Uma Pastoral Afro-brasileira articulada para resgatar a fé e a esperança; Espiritualidades e espiritualidade cristã; o povo negro e o cristianismo; e Espiritualidade Afro-americana.

AfroSeguindo o método ver – julgar – agir os participantes do Encontro devem refletir ainda sobre a transformação missionária da Igreja em busca de um outro rosto da Pastoral Afro-brasileira.

“No momento em que os afrodescendentes emergem na sociedade, assumindo uma atitude protagonista, conscientes do poder que têm nas mãos e da possibilidade de contribuírem na construção de uma nova sociedade, justa e solidária (Aparecida 75), somos chamados a reinterpretar a história da salvação na perspectiva do Senhor libertador, que ouviu o clamor do seu povo e desceu para libertá-lo”, destaca dom Zanoni Demettino Castro, arcebispo de Feira de Santana (BA) e bispo referencial da Pastoral Afro-brasileira ao comentar sobre o IX Conenc. “Um Deus que exalta os humilhados e derruba os poderosos de seus tronos, realçando a presença do povo negro e o seu protagonismo na construção do novo mundo de paz e de justiça”, complementa o bispo.

O Grupo da Pastoral Afro-brasileira de Maringá, encarregado da preparação do Congresso, elaborou um texto base seguindo indicações do VIII Conenc, realizado na Cidade de Duque de Caxias (RJ), em 2015.

índicePadre Jurandyr Azevedo Araujo, sdb, coordenador do IX Conenc diz que a Pastoral Afro-brasileira “é símbolo de resistência dos negros e negras na luta por direitos que os/as negros/as reivindicam”. Ele cita as conquistas obtidas por meio de dispositivos legais, como a lei contra o racismo, a lei das cotas raciais e a lei 20639/03, que instituiu o ensino da História e Culturas Africanas e Afro-brasileiras em todas as escolas, universidades e locais de aprendizagem. “Estes são exemplos de legislações que preveem reparação aos danos sofridos pela população negra na história do Brasil”.
Padre Jurandyr avalia que o movimento negro tem progredido significativamente na Igreja com o surgimento de novos grupos. “Isso revela a vitalidade e a sintonia dos seguimentos representativos da comunidade negra com as pessoas que lhe são solidárias. Temos que garantir também o apoio à luta pelos direitos e no combate ao racismo, usando os instrumentos legais disponíveis. Queremos afro_25-04-2016-15-37-11contribuir com o movimento negro, para construímos esse mundo possível, incentivar a valorização das culturas de origem africana a nos fazer solidários com a população Afro-brasileira na busca de suas justas aspirações”.

O papa Francisco falou no dia 29 de julho de 2016 sobre a criatividade pastoral como a capacidade profética de abrir novos horizontes, de saber adaptar a palavra consoladora do Evangelho às cruzes da hora, de criar novos modelos e formas de pastoral e de renovar a linguagem para anunciar as pessoas do nosso tempo a Palavra que nunca passa (Mc 13,31). O papa pede um espírito criativo para que seja uma pastoral “em saída”, uma pastoral dotada de dinamismo e missionária. A criatividade pastoral leva o coração para céu e os pés para os becos. “Isto supõe que, realmente, esteja em contato com as famílias e com a vida das pessoas, e não se torne uma estrutura prolixa, separada das pessoas, ou um grupo de eleitos que olham para si mesmos”.

Com informações da Pastoral Afro / Contato: afro@cnbb.org.br

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