Aconteceu no dia 13 de fevereiro, na localidade de Rio de Dentro, município de Mampituba, na Diocese de Osório (RS), a 41ª Romaria da Terra. Vinculado à Romaria, aconteceu também o 13º Acampamento da Juventude, nos dias 11 e 12 de fevereiro.
O objetivo deste encontro é debater questões relacionadas ao uso da terra. Com o tema “Mulheres-Terra” e o lema “Resistência, cuidado e diversidade”, pela primeira vez nos 40 anos de história das Romarias, o evento colocou em evidência a relação das mulheres com a terra, suas causas e lutas, bem como debates em torno de temas como empoderamento feminino e igualdade de gênero e denúncias de violências contra as mulheres.
Organizada pela Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul (CPT-RS), pelo Regional Sul 3 da CNBB e pela Diocese de Osório, a Romaria de 2018 contou com a presença de cerca de 300 jovens nos dois dias de acampamento e de 8 mil pessoas no dia da Romaria, vindos de todas as dioceses do RS e do sul de SC. Entre as atividades do encontro, destacaram-se as plenárias e oficinas a respeito do tema, bem como a caminhada de cerca de 3km, na qual os romeiros foram provocados, por meio de intervenções artísticas, a refletirem sobre a realidade das mulheres do campo e da cidade.
Tendo em vista o pedido para ser Igreja em saída, a Juventude Missionária (JM) do estado marcou presença nos dois momentos. Entre os participantes, estavam representantes do grupo da cidade de Santo Antônio da Patrulha (RS).
Para a coordenadora Tamires Dihl, a Romaria causou inquietação e levou a refletir sobre o papel e o espaço ocupado pela mulher na sociedade atual. “A Romaria foi um momento oportuno para reforçar que práticas machistas e discriminatórias não podem definir quem nós, mulheres, somos. Através das discussões realizadas, senti-me motivada a assumir o compromisso de lutar sempre pela dignidade da mulher e pela igualdade de direitos”, afirmou Tamires.
Já para Vitória Tupich, a experiência do Acampamento levou os participantes a saírem de suas zonas de conforto. A jovem lembrou que nenhum dos integrantes do seu grupo de JM havia participado anteriormente deste evento. “Foi uma experiência única, que nos possibilitou conhecer outras juventudes e ver como elas estão se organizando e que projetos estão desenvolvendo para a construção de um futuro melhor”, destacou Vitória.
Outro momento marcante foi a celebração de encerramento do encontro. Na homilia, o bispo de Osório, Dom Jaime Pedro Kohl, recordou que somos todos irmãos e irmãs. “Deus conduz nossa caminhada e, portanto, não podemos ter sentimentos de ódio em relação a quem é diferente de nós. Nossa fé deve nos causar uma atitude de indignação diante da situação em que se encontram tantas mulheres de nossa sociedade”, refletiu Dom Jaime.
Ao final da celebração, os jovens da JM de Santo Antônio da Patrulha realizaram uma encenação na qual mostraram a relação da mulher com a terra e a importância de ambas como geradoras da vida. O teatro também denunciou que, assim como os abusos no uso da terra, também os abusos contra a mulher são uma forma de violência que precisa ser superada. “A reação do público mostrou o quanto o teatro foi provocativo e como as mulheres enfrentam com coragem e força as muitas dificuldades que a sociedade impõe a elas”, frisou Sthefani Silva, uma das jovens que participou da encenação.
No próximo ano, a Romaria acontecerá na Diocese de Uruguaiana. A data e o tema do encontro serão divulgados no decorrer do ano.
Por Equipe de Comunicação COMIRE-RS