Aconteceu nos dias 27 a 29 de julho o Encontro Estadual de Espiritualidade Missionária, que contou com a participação de 40 jovens de oito dioceses do estado, além de jovens dos estados de Piauí e Sergipe. Motivados pelo tema “Juventudes, Águas e Espiritualidade” e com o lema “Dai-nos de beber”, o encontro teve o elemento água como plano de fundo para as atividades e a leitura do encontro entre Jesus e a boa samaritana à beira do poço de Jacó (Jo 4, 1-30) como guia para as reflexões. Além disso, os momentos de orações e convivência favoreceram mergulhar na mística de Taizé, bem como criar relações fraternas e partilhar as experiências de fé e missão e vida.
“Na esperança de potencializar a espiritualidade missionária viva, que ora e trabalha, e é centrada na pessoa de Jesus Cristo, é que o encontro foi proposto para acontecer junto a Comunidade Taizé.” Afirmou o coordenador Estadual Daniel Bittencourt. “Essa experiencia em Taizé leva o jovem a meditar e rezar sua própria vida e as situações ao seu redor, com suas inquietações, angustias e alegrias, cada um mergulha e trilha um caminho de autoconhecimento e discernimento de forma muito pessoal. A proposta de refletir o encontro da Samaritana com Jesus, foi a partir dos elementos apresentados aprofundar ainda mais na espiritualidade e a missão”, completou o assessor do encontro.
A presença a dinâmica e criativa de Aurélio Fred do do Ateliê 15 com ilustrações, poemas e músicas motivadoras, aliados a beleza simples do local, com seus ícones, vitrais, pinturas, favoreceram rapidamente a adaptação dos jovens no ritmo e na proposta do encontro. O irmão Bruno de Taizé, com sua simplicidade e presença de escuta, por sua vez, apresentou a história da comunidade e conduziu alguns momentos de provocações e explicações sobre o elemento água, proporcionando entre outras coisas um momento simbólico de lavar as mãos uns dos outros fazendo perceber a importância e sacralidade da água nas nossas vidas.
No dia de sábado, a leitura orante e dinâmica proporcionou um aprofundamento na passagem bíblica, sendo que os passos: leitura, meditação, oração e contemplação foram vividos de várias formas diferentes. Com a dinâmica de interpretar os personagens os participantes entraram profundamente na narrativa, percebendo emoções e sentimento e a situação social e política da época. Além disso a contextualização rendeu boas discussões da realidade social atual, bem como algumas provocações: Quais são situações que necessitam de reconciliação hoje? O que precisa mudar para seguir Jesus, compreendendo-O como um Deus que é e se faz peregrino, caminhante? Qual a simbologia da fonte e do poço e do balde? Nessa discussão palavras chaves como despojamento, dialogo e universalidade tiveram destaque.
O momento de deserto foi integrado, de maneira que cada jovem modelou um símbolo para representar a sua meditação e essa atividade rendeu partilhas carregadas de memorias, coragem e esperanças. Os jovens aderiram a rotina da comunidade, participando das orações da manhã e do meio dia e da noite, seguindo no final de semana a mística da Via Sacra. Na sexta-feira a oração da cruz, marcada pelo convite de se aproximar da cruz e rezar os dores pessoais e do mundo, no sábado oração da luz, preparando para a celebração da vida com alegria e cantos de aclamação e domingo celebração da Ressurreição que foi um convite a viver a partilha (Jo 6, 1-15) com reflexões feita pelos leigos. Os momentos orantes todos foram carregados de simplicidades, profundidade e participação com refrões meditativos, cantos e salmos, preces e silêncio.
No domingo houve o testemunho motivacional da Irma Nilza, natural do sertão baiano que faz parte da Associação das Missionárias Médicas. Ela dividiu com jovens sua história de vida e a experiencia de 5 anos em Ruanda na África, logo após período de Guerra civil. Fazendo uma análise de conjuntura política e social para contextualizar da realidade em Ruanda no tempo que esteve por ala, destacou entre outras coisas a presença sinodal e profética da congregação “Nós estávamos presentes nos momentos tensos de reconciliação, vivenciamos o efeito de ditadura e guerra, e passamos por momentos profundos de discernimento.” E ao final incentivou “Não deixemos que nos desanimem, ser presença na vida das pessoas é fundamental para a transformação, sejamos corajosos, sejamos presença”, concluiu Nilza.
O encontro foi encerrado com o momento de avaliação, agradecimento e envio. No último, os jovens em duplas abençoaram uns aos outros com a água e o sinal da cruz na testa, a entrega do crucifico com símbolo de Taizé e a motivação “Vá e seja!”. Para Alice, coordenadora de um grupo em Vitória da Conquista, “Deus se revelou através da presença dos irmãos de Taizé, nos encontros e reencontros, nos olhares, nos abraços, nas orações, nas histórias partilhadas, nos momentos mais sérios e também nos de descontração. O encontro aconteceu nos detalhes e no íntimo de cada um.” E em relação ao compromissos assumidos, “devemos seguir o exemplo da samaritana, que a partir do encontro pessoal com Jesus, temos que deixar o jarro no poço, deixar tudo que nos prende e separa e partir ao encontro dos irmãos, afim de transbordar a Água Viva, sendo fonte de vida através do nosso anuncio e testemunho de vida”, completou a jovem.
A Juventude Missionária da Bahia ainda em 2018 realizará a Experiencia Missionária estadual nos dias de 6 a 9 de setembro a cidade de São Sebastião do Passé, diocese de Camaçari e a Assembleia Estadual junto com Encontro de Lideranças nos dias 19 a 21 de outubro na cidade de Vitória da Conquista.