Moçambique: Projeto de alfabetização e reforço mobiliza missionários

Desde o mês de março o quintal e a casa da Equipa Missionária em Moma, Moçambique, ficaram mais cheios de vida com o som das músicas, risadas e brincadeiras das crianças e adolescentes que frequentam o Murima wa Mwana.

O projeto Murima wa Mwana, que significa Coração de Criança na língua Macua, é uma iniciativa da Equipa Missionária do Regional Sul 3 na Vila de Moma, na Arquidiocese de Nampula. Desde 2017, a ação promove o desenvolvimento integral de crianças pequenas que não frequentam a escola e oferece reforço escolar para crianças e adolescentes regularmente matriculados. Em 2019, o Murima wa Mwana passou também a oferecer turmas de alfabetização para mulheres.

Perspectivas em 2023
Neste ano estão matriculados 150 crianças e adolescentes a partir dos 04 anos de idade e que estudam até a sétima classe. Para as crianças, o reforço escolar auxilia principalmente no ensino da leitura, escrita e operações básicas da matemática, também pela grande deficiência encontrada na educação básica. O espaço conta ainda com 40 mulheres que frequentam as turmas de educação de adultos, especialmente formadas para elas. Assim, o Projeto Murima wa Mwana beneficia 190 pessoas na Vila de Moma diretamente a cada semana.

Para a leiga missionária Juliana Azevedo, em missão em Moçambique desde agosto de 2022, a inciativa “tem um grande valor social na comunidade pois além de fortalecer e promover a educação de crianças, adolescentes e mulheres, oferece um espaço de cuidado para esta parcela da população muitas vezes negligenciada nesta realidade”.

Novos sonhos e outras possibilidades
Outro ação fundamental desenvolvida pelo Murima wa Mwana é a formação de professores para atuarem com cada turma. Todas as aulas são ministradas por jovens da comunidade, formados e acompanhados pela equipe missionária. Esta organização, além de possibilitar a sustentabilidade do projeto e a realização das aulas independente da presença dos missionários, também desperta nos voluntários o desejo de uma formação profissional nesta área, já que passam a perceber que há outras opções para o futuro além daquelas já conhecidas – de modo geral o casamento e o cultivo na pequena roça da família.

Atualmente, o grupo de professores é formado por 24 moças e rapazes, jovens da comunidade que recebem uma pequena contribuição mensal pela sua fundamental participação no desenvolvimento das ações.

A jovem Arquelina Bonifácio (centro da foto) tem 17 anos e passou pelas salas de aula no início do projeto. Agora, Mimi, como é conhecida, trocou o caderno pelo quadro e atua como professora das crianças. Para ela, “o projeto faria muita falta se não existisse porque as escolinhas que tinham na Vila de Moma já não existem mais e por isso o projeto tem ajudado muito”. Arquelina explica ainda que na Escola Regular as crianças do 1º ano aprendem Macua e no Murima wa Mwana estudam Macua e Português, de forma que ficam atualizadas, aprendem mais e desenvolvem melhor a fala da língua da portuguesa.

As professoras Atija (19 anos) e Bélcia (18 anos) que colaboram no projeto há dois anos, também acreditam que o Murima wa Mwana é importante para a comunidade e contribui no desenvolvimento da Vila de Moma. Também ressaltam que gostam de contribuir com o projeto pois sentem-se à vontade e aprendem melhor na preparação das aulas e na transmissão de conhecimentos para as crianças.

Manutenção e Sustentabilidade
Para manter o projeto Murima wa Mwana, a Biblioteca Watana, o acompanhamento às paróquias de Larde e Micane, a continuidade do Lar Vocacional e todas as ações desenvolvidas pelos missionários na Arquidiocese de Nampula, em Moçambique, a Igreja do Rio Grande do Sul realiza a Coleta de Pentecostes.

A coleta, repassada integralmente pelas arqui/dioceses ao Conselho Missionário Regional, tem por finalidade manter e fortalecer o Projeto Igrejas Solidárias – Missão Moçambique, com o envio e sustento dos missionários/as. Também apoia a articulação do Conselho Missionário Regional no Estado, que promove formações, encontros missionários e colabora com as Pontifícias Obras Missionárias.

Fonte: CNBB Sul 3

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