Teve início nesta terça-feira, 23 de jeneiro, em Londrina (PR), e prossegue até dia 27, o 14º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) sobre o tema “CEBs e os desafios do mundo urbano”.
O evento conta com a participação de assessores e representantes das CEBs de todo o Brasil, movimentos sociais de todo o país, bispos e convidados provenientes da Itália, Alemanha e França, que refletirão sobre esta temática no contexto urbano marcado pela desigualdade, principal característica das cidades, onde muitos vivem com pouco e poucos com muito.
Mensagem do papa Francisco
Como já aconteceu quatro anos atrás, no 13° Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, celebrado em Juazeiro do Norte, em janeiro de 2014, o o papa Francisco enviou, por meio do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, uma mensagem “aos participantes vindos de todos os cantos do Brasil” para participar do 14° Intereclesial das CEBs.
Na mensagem, o papa nos fala que “Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo”, palavras que sempre estiveram presentes na caminhada das CEBs, que tradicionalmente assumiram ser voz daqueles que o mundo não quer escutar, a partir “duma vida pessoal onde brilhe a luz do Evangelho, numa existência inspirada no amor e na solidariedade”.
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AO 14° INTERECLESIAL DAS CEBs
O papa Francisco, informado do XIV Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que terá lugar na Arquidiocese de Londrina, de 23 a 27 de janeiro de 2018, deseja transmitir aos participantes vindos de todos os cantos do Brasil a sua palavra de estímulo e bênção, que possa ajudar as CEBs a trazerem aos desafios do mundo urbano “um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja” (Exort. AP. Evangelii gaudium, 29). Com efeito, como vê-se pelo lema do Encontro –“Eu vi e ouvi o clamor do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3, 7-8) – Deus nunca é indiferente ao sofrimento do seu povo, enviando Moisés, para salvar o povo hebreu da escravidão do Egito e, na plenitude dos tempos, enviando o seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, para nos libertar da escravidão do pecado e da morte. Essa ação redentora, que celebramos com fé na liturgia, deve depois se manifestar numa vida pessoal onde brilhe a luz do Evangelho, isto é, numa existência inspirada no amor e na solidariedade, que é a linguagem do amor. Assim o Santo Padre, unido espiritualmente a essa Assembleia, invoca do Altíssimo a abundância dos seus dons e luzes sobre todos os presentes, de modo que, ouvindo o clamor dos pobres e famintos de Deus, de justiça e de pão, as Comunidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana – sempre em comunhão com a realidade paroquial e com as diretrizes da Igreja local (cf. Ibidem, 29)- capaz de vir encontro aos terríveis efeitos da cultura do “descarte”, que leva tantos irmãos e irmãs a viverem excluídos, numa exclusão que fere “na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são “explorados”, mas resíduos, sobras” (Ibidem,53). Como penhor destes votos e preces, que em espírito deposita aos pés de Nossa Senhora Aparecida, o papa Francisco de todo coração , concede aos participantes, extensiva às suas famílias, comunidade de base, paróquias e dioceses, uma propiciadora Bênção Apostólica, pedindo que, por favor, não deixem de rezar por ele.
Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado.
Do Vaticano, 4 de janeiro de 2018
Fonte: Vatican News e site CEBs do Brasil