A “necessidade de tutelar a água como bem de todos, valorizando também os seus significados culturais e religiosos”.
Ao saudar a os fiéis de língua inglesa na Audiência Geral desta quarta-feira,22 de março, o papa Francisco recordou o Dia Mundial da Água instituído pela ONU há 25 anos e saudou os participantes do encontro organizado em Roma pelo Vaticano sobre a proteção dos recursos hídricos.
“Encorajo em particular o vosso esforço no campo educativo, com propostas voltadas às crianças e aos jovens. Obrigado por aquilo que fazem, e que Deus vos abençoe”.
De fato, cerca de 633 milhões de pessoas no mundo são privadas do acesso à água potável em suas moradias e cerca de 2,4 bilhões não tem acesso aos serviços higiênico-sanitários adequados, o que provoca a cada ano a morte de mais de 300 mil crianças abaixo dos 5 anos.
Diante deste quadro que a ONU decidiu dedicar este 25º Dia Mundial da Água às águas residuais, ou seja, aquelas contaminadas por atividades domésticas, industriais e agrícolas, que são depuradas e reutilizadas segundo o objetivo sustentável fixado em 2015 pela ONU: “melhorar até 2030 a qualidade da água eliminando os despejos, reduzindo a poluição e a emissão de produtos químicos e dejetos perigosos, reduzindo pela metade a quantidade de águas residuais e aumentando a reciclagem e o reemprego seguro a nível global”.
Em 24 de fevereiro passado, o papa havia falado de “uma grande guerra mundial pela água”, sublinhando, no entanto, que “ainda não é tarde, mas urgente tomar consciência sobre a necessidade da água e de seu valor essencial para o bem da humanidade”.
Neste sentido, o Pontifício Conselho da Cultura organizou no Augustianum a iniciativa “Watershed: replenishing the water values for a thirsty world”(“Bacia hidrográfica: reabastecer os valores da água para um mundo sedento”) conferência voltada, em particular aos representantes do Corpo Diplomático credenciado junto à Santa Sé e aos prelados da Cúria Romana.
Entre os conferencistas estarão, entre outros, o Cardeal Peter Turkson, Presidente do dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral e o Arcebispo Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados.
A iniciativa é uma resposta concreta que o dicastério procura dar às questões levantadas pela Encíclica Laudato Si, em colaboração com o Clube de Roma e a Escola Superior de Cultura Social e mediática de Toru, na Polônia.
Sustentada por uma campanha no site http://worldwatervalues.org e nas redes sociais – que aposta no envolvimento dos jovens na defesa daquele que é um dos mais preciosos bens comuns – a iniciativa quer ser um verdadeiro divisor de águas na promoção de uma nova cultura do respeito pelo ambiente, centrada nos valores a serem oferecidos a um mundo sempre mais sedento.
Fonte: Rádio Vaticano