No ano que a Campanha da Fraternidade convida à reflexão sobre os biomas brasileiros e faz um alerta a respeito da preservação dessas regiões, a Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul celebra os 40 anos da Romaria da Terra. Com o tema “Romaria da Terra: 40 anos de luta e memória das conquistas” e pelo lema “Terra de Deus, terra de irmãos”, o evento ocorre no dia 28 de fevereiro, feriado de Carnaval, e espera reunir mais de 10 mil romeiros.
A Romaria da Terra é realizada sempre no Assentamento Nossa Senhora Aparecida, na Fazenda Anonni em Pontão (RS), que foi a primeira ocupação brasileira de famílias organizadas dentro do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Considerada um marco na história da luta pela terra, a fazenda abriga mais de 400 famílias, divididas em cinco assentamentos, onde produzem trigo, leite e milho, e contribuem para a preservação do bioma local.
A edição comemorativa do evento, acontece sempre na terça-feira de Carnaval por ocasião do aniversário de morte de Sepé Tiaraju, líder guarani, que deu a vida para defender as terras de seu povo. Ele e mais 1.500 índios guaranis foram mortos na Batalha de Caiboaté, no que é hoje o território da cidade de São Gabriel, no Rio Grande do Sul.
Para recordar essa história e comemorar as conquistas pela terra nessa região, será realizada a Romaria e um acampanhamento para jovens nos dias que antecedem o evento.
Cartaz da 40ª Romaria da Terra do RS A programação da Romaria, no dia 28, será composta por diferentes momentos de debates, integração e espiritualidade, pautando sempre questões ligadas à terra, valorizando de forma especial os pequenos produtores, a agroecologia, o cuidado com a água e com o meio ambiente e a agricultura familiar através da Feira da Reforma Agrária. As atividades começam a partir das 7h, com a acolhida dos romeiros, prosseguindo com caminhada, celebração eucarística, almoço partilhado, e às 15h30 encerra com a bênção e envio dos fiéis.
Já o acampanhamento, ocorre nos dias 26 e 27 de fevereiro, na área 01 da Fazenda e vai refletir o tema “Juventude construindo projeto popular” e o lema “Prefiro morrer na luta do que morrer de fome” – em memória à Roseli Nunes, militante da luta pela terra morta em um protesto, em 1987. Os jovens serão envolvidos em diferentes plenárias, falas e exposições, além de oficinas práticas. Também, participarão, ainda, de uma noite cultural e da Celebração dos Mártires, ponto alto dos momentos de espiritualidade, no qual fazem memória aos irmãos e irmãs que tombaram lutando por justiça, direitos, igualdade, terra, pão, vida em abundância.
Fonte: Arquidiocese de Passo Fundo