O Papa Francisco divulgou mensagem às Pontifícias Obras Missionárias, no dia 21 de maio, abordando temas que dizem respeito ao serviço das POM prestado ao redor do mundo. No Brasil, os secretários das Obras, de maneira geral, destacaram a mensagem de renovação que retorna à essência da missionariedade.
Pe. Antônio Niemiec, secretário da Pontifícia União Missionária, lembrou que o fato de o Papa escrever aos diretores das POM, do mundo todo, uma mensagem tão extensa e que aborda, de forma tão ampla, as questões que tocam naquilo que é essência das Obras, é algo extraordinário e digno de destaque. “Vejo nisso uma contribuição que ele pretende oferecer no processo, que estamos vivendo, de renovação das Obras, conforme as palavras do Papa Francisco, pronunciadas numa outra ocasião: ‘Se a renovação for autêntica, criativa e eficaz, a reforma de suas Obras consistirá numa verdadeira refundação, uma requalificação de acordo com as exigências do Evangelho’.
O secretário da União Missionária também ressaltou alguns dos destaques da mensagem do Papa. “A parte em que ele lembra os traços distintivos das Obras que configuram sua identidade. Elas nasceram espontaneamente, do ardor missionário manifestado pela fé dos batizados. Elas, desde o início, seguem sobre dois trilhos: a oração e a caridade. Elas se tornaram instrumentos de serviço prestado às Igrejas particulares, apoiando-as na obra de anúncio do Evangelho. Elas se estruturaram como uma rede capilar espalhada no seio do povo de Deus para promover a comunhão eclesial. Elas possibilitam a experiência da universalidade da Igreja porque refletem, pela sua própria configuração, a variedade de acentos, condições, problemas e dons”, destacou Pe. Antônio.
Ir. Patricia Souza, secretária da Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária destacou na mensagem do Papa Francisco às POM o texto em que aponta para os talentos a se desenvolver. “As Obras Missionárias, desde o início, avançaram sobre dois ‘trilhos’, ou melhor, ao longo de duas margens que seguem sempre paralelas e, no seu caráter elementar, sempre se apresentaram familiares ao coração do povo de Deus: a oração e a caridade”. Ir. Patricia lembrou que nesse tempo único e diferente em que estamos vivendo, acredita ser um tempo oportuno para refletir sobre a oração e a caridade. “A oração, que não é uma oração intimista, mas que se estende para além de nossas casas e de nossos familiares, mas que se estende para todo o mundo e para todos os continentes reforçando a saudação da IAM ‘De todas as crianças e adolescentes do mundo? Sempre amigos’. E a caridade, que nos estimula a dar de nossa pobreza e ainda a olhar para além das nossas necessidades. Olhar para os irmãos e irmãs que sentem ainda mais dificuldades, que é também fruto do sacrifício. Desse modo acredito que este momento também nos ajuda e nos estimula a viver ainda que, de maneira diferente, com intensidade a vivência de nosso carisma”, destacou a secretária da IAM.
Pe. Badacer Neto, secretário da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, destacou o texto em que fala da alegria como dom do Espírito Santo doado pelo ressuscitado. “Alegria é plenitude da consolação, plenitude da presença do Senhor em nossa vida. É diferente dos efeitos emocionais. A fé é testemunhar a alegria que nos dá o Senhor. A missão delineada intimamente como obra do Espírito Santo a torna sempre fecunda e preservada de qualquer autossuficiência”.
Com relação à Obra da Propagação da Fé, o secretário ressaltou a fala do Papa onde diz sobre “redescobrir e aprofundar a alegria que brota do encontro com Jesus Cristo e testemunhá-la. As testemunhas sempre atestam o que foi feito por outra pessoa (quebra da autorreferencialidade). Essa alegria do encontro testemunhado gera admiração que, por sua vez, atrai (a missão vista como atração, não proselitismo) aqueles que escutam o testemunho. Isso é o que torna fecundo qualquer iniciativa missionária”. Para finalizar, o secretário ainda listou ideias que são destaque no texto do Papa Francisco:
– Voltar-se cada vez mais aos prediletos do Senhor, que são os pobres e humildes;
– Focar nos elementos fundantes e essências da obra – A Oração e a Caridade;
– Descomplicar as estruturas que geram uma “pseudo elite missionária”;
– Estar atento para não se mostrar como especialistas na missão;
– Reforçar o caminho de pouca rigidez na fixação das estruturas de suas atividades;
– Buscar caminhos sempre mais eficazes de sinodalidade junto às igrejas particulares.