As Pontifícias Obras Missionárias (POM) em parceria com a Arquidiocese de Fortaleza (CE) realizam de 12 a 22 de janeiro a II Missão Sem Fronteiras, experiência missionária que reúne cem jovens do Brasil e representações do Paraguai em Itapebussu, distrito de Maranguape, sertão cearense. Na programação, além das visitações as famílias e atividades religiosas, os missionários desenvolvem oficinas com as temáticas “Cidadania e Direitos Humanos”, “Educação Ambiental” e “Saúde Comunitária”.
Membro da equipe de coordenação da experiência missionária, Guilherme Cavalli, lembra que a metodologia foi construída a partir das necessidades do distrito. “As oficinas foram pensadas após o mapeamento apontar as urgências das comunidades a serem visitadas. Tendo clareza das realidades, junto com as visitações os missionários dispõem de sua formação acadêmica para atender a população”, ressalta Guilherme Cavalli. “Pela segunda vez a Missão Sem Fronteiras assume dois eixos: Evangelização e Promoção da Vida. Com as oficinas desejamos recordar que a Missão da Igreja vai além da ação evangelizadora. Nosso compromisso como cristãos é também o cuidado com a humanidade, principalmente com aquelas realidades que estão mais suscetíveis a violação de direitos”.
Cidadania e Direitos Humanos
Natural de Ponta Grossa (PR), Rosangela Germski responsabiliza-se pela oficina de Cidadania e Direitos Humanos. Advogada e funcionaria pública, a paranaense integra a equipe de 10 missionários que visitam as comunidades para promover as oficinas. “A minha presença nessas realidades, de poder contribuir com o pouco que eu sei sobre as leis trabalhistas e as mudanças na previdência social, me realizaram. Percebi que o que dá sentido ao meu conhecimento é o fato de eu por ele a serviço das pessoas, foi isso que me realizou”, comenta a funcionaria do INSS. “Missão é trazer tudo o que eu tenho para fazer presente no meio do povo. Por a disposição das pessoas o meu conhecimento, a minha espiritualidade, a minha alma”, relata emocionada.
Saúde Comunitária
Enfermeira, a piauiense Solane Alves integra a oficina que trabalha no combate aos problemas inerentes a grupos populacionais. “As visitas missionárias nos permitem perceber uma escassez de políticas públicas na área da saúde. Diante dessas realidades, realizamos atendimentos prévios que contribuem na saúde da comunidade e evitam proliferações de doenças que muitas vezes são causadas por fatores que podem ser evitado”, esclarece Solane. “Ser missionário, além de plantar uma semente de esperança que é característica do Evangelho, é cuidar das pessoas para que elas atinjam seu equilíbrio, e não há harmonia espiritual se não existir também do corpo”.
Educação Ambiental
Solivan Altóe, ambientalista e coordenador da Juventude Missionária no Espírito Santo, trouxe a comunidade alternativas práticas e baratas. “Nos deparamos com as realidades que possuem dificuldade com as questões hídricas. Nossa oficina veio em direção a esse desafio enfrentado pela população. Trabalhamos então tecnologias que possibilitem a água estar mais adequada para o consumo, como técnicas de filtragem e tratamentos possíveis de serem feitos em casa”, comentou. “O reuso da água também foi preocupação da oficina, principalmente a de esgoto. Através da foça séptica biodigestora podemos reutilizar esses dejetos para que, em um realidade que possui escassez, aproveitemos a mesma água de diversas maneiras”.