Por Ir. Sandra Regina Amado*
1972-2022: Um pouco de história
O ano de 2022 será um ano jubilar para o Projeto Igrejas Irmãs. Em 1972 a Conferência dos Bispos do Brasil, CNBB, aprovou essa iniciativa missionária como expressão da vitalidade e abertura missionária das igrejas particulares no Brasil. O projeto Igrejas Irmãs têm sido, nos últimos anos, uma rede que compartilha dons espirituais, humanos e materiais com outra Igreja.
Na reunião dos Bispos referenciais para a Missão, em 23 e 24 de março de 2017, deram-se alguns passos em busca de maior dinamização do projeto Igrejas Irmãs. Para fortalecer esse projeto, foi proposta a realização de uma consulta entre os Bispos. No mês seguinte à reunião, foi enviada uma carta, assinada pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, com pedido de informações acerca das Prelazias, Dioceses, Arquidioceses e Regionais.
Conforme a pesquisa, entre as 277 Igrejas Particulares, 54 delas abraçaram o projeto Igrejas Irmãs. O desafio continua lançado para toda a Igreja no Brasil. Há dioceses que desejam continuar a fortalecer esse modo de cooperação missionária. Outras estão dispostas a enviar missionários e formalizar convênio com uma Igreja irmã. E várias dioceses, não só da Amazônia, pedem com insistência para a sua necessidade de ajuda ser considerada.
Na 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, CNBB, em 2019, o Programa Missionário Nacional, PMN, foi aprovado para revitalizar as iniciativas missionárias e apontar caminhos para uma Igreja em saída. Dentre as principais prioridades de ação do programa, destacam os desafios a concretizar: Cada regional da CNBB um projeto missionário Ad Gentes além-fronteiras e cada Igreja local uma Igreja Irmã.
O sonho de continuidade do projeto
Abraçar uma Igreja Irmã é concretizar um sonho. O sonho de partilhar a fé entre irmãos e irmãs. Ser uma Igreja em saída para o encontro, a escuta, o diálogo e a partilha.
O PMN no grupo de trabalho Ad Gentes aponta caminhos para continuidade e fortalecimento desse projeto, com propostas para se apresentar aos regionais e dioceses do Brasil, no intuito de fomentar a realização da interação entre as Igrejas Irmãs.
Celebrar a alegria do jubileu de ouro do Projeto Igrejas Irmãs é renovar o ardor missionário das Igrejas locais e relançar, com entusiasmo, o atendimento ao clamor de uma Igreja Irmã. A V Conferência de Aparecida ressalta que se faz necessário incentivar os muitos discípulos de nossas Igrejas a serem enviados, a sair e evangelizar até a “outra margem” (DAp 379). “Finalmente chegou a hora de intensificar os serviços recíprocos entre as Igrejas particulares, e de estas se projetarem para além de suas próprias fronteiras” (DAp 368).
A abertura para interagir e partilhar com a Igreja Irmã, atualiza a vocação cristã e católica de a Igreja enfrentar os desafios da sociedade com coragem e fé. Como diz o Papa Francisco: “A missão é uma paixão por Jesus Cristo e simultaneamente uma paixão pelo seu povo” (EG, 268).
* Assessora da Comissão da Ação Missionária da CNBB