A importância da formação missionária na diversidade e pluralidade de trabalhos missionários nas regiões remotas do Brasil

Neste tempo em que o mundo vivencia a pandemia da covid-19 muitas Congregações e Institutos Religiosos membros da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), em parceria com outros Organismos Missionários como a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as Pontifícias Obras Missionárias e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), têm tido um papel fundamental nos inúmeros trabalhos missionários desenvolvidos nas regiões mais remotas do país.

Na Amazônia, por exemplo, uma paróquia em Tonantins, Alto Solimões (AM), vivenciou o trabalho missionário de escuta, acolhida e atendimento de saúde a ribeirinhos. Durante três meses, três religiosas trabalharam na área da saúde como voluntárias no projeto da CRB “comunidade voluntárias pela vida”, desenvolvendo a missão de cuidado com a vida.

Atualmente, comunidades dos municípios de Baliza (GO), que fica na divisa de Goiás com o Mato Grosso, região da diocese São Luís de Montes Belos, missionárias religiosas atuam no Assentamento Bandeirantes; em São Félix do Araguaia (MT), outras atuam com os povos Indígenas Xavantes e em Oiapoque (AP), ainda outros religiosos dão apoio à rede Itinerante interinstitucional de Manaus (AM), também são vários locais onde há a grande necessidade de missionários que promovam a evangelização, a solidariedade e fortaleçam a luta por vida digna.

Essas iniciativas missionárias são fruto de uma consciência missionária e eclesial crescente e que o Programa Missionário Nacional (PMN), em sintonia com as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023) da CNBB busca sempre mais aprofundar. Assim, o PMN tem se tornando uma ponte de integração entre a missão e o missionário, principalmente no que tange à formação dos voluntários, para que sejam mais capacitados e experientes e cultivem carismas missionários específicos.

De acordo com a assessora executiva da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Maria de Fátima Kapp, o Programa Missionário Nacional na Igreja do Brasil é importante para vincular e, tecer linhas de ação conjunta, visto que existe uma grande diversidade e pluralidade de trabalhos missionários.

“O PMN tenciona favorecer a unidade e comunhão no serviço missionário da Igreja. Mas, sobretudo, o programa procura favorecer e fortalecer a consciência da missionariedade de cada batizado, como também ampliar a visão do conceito de missão e de ser missionário”, destaca.

A missão é um dos quatro pilares das DGAE. Segundo o documento, a exemplo do que pede o papa Francisco, o sentido da comunidade se realiza quando ela sai em missão e vai ao encontro das periferias existenciais e é bem isso que os missionários têm feito em muitos lugares. Segundo a comissão, o apoio do PMN na formação desses missionários faz toda a diferença para que o trabalho missionário siga fios condutores comuns e faça crescer a comunhão missionária.

Irmã Maria de Fátima Kapp, ressalta que as ações concretas na vida das comunidades são fundamentais, no que se refere à formação missionária. Segundo ela, a vivência dos valores humanos, cristãos, missionários e a sua consciência são forjados a partir da experiência e da vivência concreta e que a teoria, o estudo, as reflexões ajudam, favorecem, iluminam, mas as ações levam à encarnação na vida tais valores.

“Em relação aos temas e encontros, cursos formativos, somos impelidos a nos desafiar; a ir além, provocar momentos de atuação missionária, como: partilha de vida, celebrações missionárias, gestos de solidariedade, diálogos sobre a missão, testemunhos de missionários, campanhas em prol dos pobres e das atividades Ad Gentes. Igualmente, envolver no planejamento pastoral esses momentos formativos e vivenciais missionários”, explica a religiosa.

Para o bispo de Cametá (PA) e referencial do COMIRE no Regional Norte 2 da CNBB, dom José Altevir da Silva, ser missionário é aquele que escuta, acolhe, vivencia as palavras do Evangelho, e através de seu batismo, procura testemunhar Jesus Cristo, até mesmo sem o anúncio explícito. Segundo ele, da Missão faz parte o “Ide”, que Jesus disse aos seus discípulos.

“Por isso, ser missionário é estar disposto a sair, lançar-se em lugares nunca vistos, abrindo caminhos novos para atingir o coração da humanidade, espaço privilegiado da missão. Missionário é também aquele que fica e converte o espaço onde se encontra num centro irradiador da missão, trazendo presente as dores do mundo, desenvolvendo sentimentos de compaixão e indo ao encontro dos que mais necessitam. Todos os cristãos são chamados a ser missionários, pois esta é a natureza da Igreja”, reforça o bispo.

Mês missionário 2020

Durante todo o mês de outubro, a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com as Pontifícias Obras Missionárias (POM) e outros organismos membros do COMINA – Conselho Missionário Nacional, realiza a Campanha Missionária 2020 que este ano traz como tema: “A vida é missão” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).

Até o fim do mês, diversas atividades serão realizadas semanalmente Todas as quartas-feiras, às 15h30, tem o Terço Missionário nas emissoras de rádio e TV católicos e todas as quintas-feiras, tem live da comissão em parceria com a Edições CNBB, às 15h, no canal do Youtube das Edições CNBB. Os dois eventos são retransmitidos nos canais da conferência e das POM.

Nesta quarta-feira, 7 de outubro, tem o primeiro Terço Missionário, às 15h30, que vai rezar pela intenção: “A Igreja presente em cada continente” e vai ser conduzido pelos integrantes da Infância e Adolescência Missionária.

Já na quinta-feira, 8 de outubro, às 15h, a segunda live missionária que tem como tema: “Campanha Missionária 2020 e PMN – Prioridade Formação Missionária” vai terá como convidados a assessora executiva da CRB, Irmã Maria de Fátima Kapp e o bispo de Cametá (PA) e referencial do COMIRE no Regional Norte 2 da CNBB, dom José Altevir da Silva.

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