Atuando por décadas nas periferias do norte peruano, o cardeal americano consolidou um estilo pastoral marcado pelo diálogo, justiça social e fidelidade ao espírito do Concílio Vaticano II.

A atuação missionária do cardeal Robert Francis Prevost, hoje nomeado Papa Leão XIV, foi profundamente marcada por seu compromisso com a América Latina, especialmente no Peru. Membro da Ordem de Santo Agostinho, Prevost chegou ao país nos anos 1980 como missionário, dedicando-se à Prelazia de Chulucanas, no norte peruano, uma região caracterizada por pobreza e desafios sociais. Ali, desenvolveu um trabalho pastoral próximo às comunidades, promovendo a evangelização, a educação, os direitos humanos e a formação de lideranças locais. Seu estilo pastoral refletia os ideais do Concílio Vaticano II e dialogava com as preocupações da Igreja latino-americana, mantendo uma atenção especial aos pobres e marginalizados.

Em 2001, foi eleito Prior Geral da Ordem dos Agostinianos, cargo que exerceu até 2013. Durante esse período, com sede em Roma, acompanhou comunidades religiosas em diversas partes do mundo, com atenção particular aos contextos missionários na África, Ásia e América Latina. Essa experiência internacional ampliou sua visão pastoral e fortaleceu seu compromisso com uma Igreja mais próxima das realidades locais.

Após seu retorno ao Peru, foi nomeado bispo da Diocese de Chiclayo em 2014, por decisão do Papa Francisco. Como bispo, manteve sua marca missionária, percorrendo as paróquias da diocese, escutando o povo, incentivando a formação de agentes pastorais e promovendo ações solidárias voltadas aos mais necessitados. Sua vivência missionária, aliada a uma sólida experiência de governo na vida religiosa, o tornou uma figura de confiança do Papa Francisco, que o nomeou em 2023 prefeito do Dicastério para os Bispos e, no mesmo ano, o criou cardeal.