Diocese de Nazaré (PE) abre a causa de beatificação e canonização de Pe. Luis Cecchin

No dia 6 de fevereiro, na cidade de Limoeiro (PE), aconteceu a missa de abertura do processo de beatificação e canonização do, agora, servo de Deus Pe. Luís Cecchin. Uma multidão de fiéis participou da celebração na Igreja Matriz de são Sebastião da mesma cidade, que teve a participação do clero diocesano de Nazaré e do seu Bispo Emérito Dom Severino Batista de Franca (aquele que desencadeou, inicialmente, de todo esse processo); de Dom Bernardino Melchior, Bispo Emérito de Caruaru. O presidente da celebração foi o bispo diocesano de Nazaré, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena (responsável pela abertura da fase diocesana da causa), e contou com a presença de autoridades civis e religiosas da região, além dos representantes da Diocese de Treviso, Itália, também se fizeram presentes amigos e benfeitores do Projeto do padre Luís, ao longo de quatro décadas.

Após a celebração da santa missa, aconteceu o rito solene da sessão pública de abertura da causa de beatificação e canonização do referido padre, desta vez no IPLC (Instituto Padre Luís Checchin), e contou com a presença do postulador da causa, dr. Paolo Vilota que irá orientar a organização, partir das comissões instituídas, de tudo que for necessário (documentação, registros, depoimentos e investigações diversas) para concluir a fase diocesano, sempre em sintonia com o Dicastério para a causa dos santos no Vaticano. Com essa abertura celebrativa e jurídica, o padre Luís torna-se servo de Deus.

 

Vida dedicada à missão universal
Padre Luís Cecchin foi um grande missionário nas terras nordestinas, em especial na cidade de Limoeiro, no agreste Pernambucano. Era um homem de grande simplicidade e atenção a todos, mas especialmente aos pobres e aos jovens desassistidos pela sociedade. Ele nasceu em 1924, diocese de Treviso, na Itália. Em 1969 veio ao Brasil como missionário Fidei Donum – um movimento que desperta a vocação missionária além-fronteiras de padres diocesanos, motivado pela Encíclica de mesmo nome, do Papa Pio XII do ano de 1957. Assim, após o Concilio Vaticano II, e logo após a II Conferência Latina América em Medellin (1968), na Colômbia, o Pe. Luís (bem como centenas de outros padres), colocou a sua vida de modo mais aberto à missionaridade universal, saindo de sua terra para conhecer outras realidades. A conferência Medellin, a segunda do episcopado da América Latina, potencializou a presença de missionários Europeus e, mais importante, o espaço de recepção do Concílio.

Assim, Pe. Luís viveu sua vida doada por mais de 40 anos no Brasil, e mais precisamente na Diocese de Nazaré (PE). Morreu em 2010, aos 85 anos, na Província de Vicenza, na Itália. Seu corpo foi trazido ao Brasil, onde foi sepultado na Matriz de São Sebastião de Limoeiro, cuja paróquia ajudou a construir e onde concluiu seus dias como vigário paroquial. Um testemunho de vida doada ao evangelho e aos pobres. Um testemunho de uma Igreja em saída e missionária que entra em outras realidades e anuncia a boa nova de Jesus nas periferias geográficas e existenciais.

Em cada gesto, atitudes, inquietação em Pe. Luís, estava a fé vivida em seu contexto, em sua realidade. Também não podemos esquecer as luzes do Espírito Santo de um contexto eclesial marcante no tempo em que chegou do Brasil (final da década de sessenta). Toda a sua experiência faz dele um grande motivador das vocações religiosas e leigas, em Treviso e na diocese de Nazaré. Um homem de muita coerência e simplicidade de vida. Que ele nos inspire mais na América Latina a dar um pouco da nossa pobreza missionária no além-fronteiras junto as Igrejas na Amazônia e em outros lugares do mundo, como já nos convidava Puebla (1979). Que sua vida missionária desperte mais em nós o cuidado com a vida, atenção aos mais sofridos e abandonados, às crianças e aos jovens, no amor solidário universal. Que celebrando sua bela história de vida, desperte na Igreja do Brasil e no mundo, um espírito de uma igreja em saída, com a missão recebida de convidar a todos para o banquete do Reino.

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