Nesta quarta-feira, 30 de agosto, em Brasília (DF), a direção das POM reuniu amigos e colaboradores para uma missa e um almoço de despedida do padre Jaime Carlos Patias, IMC. Publicamos, a seguir, as reflexões que o missionário da Consolata escreveu sobre a dinâmica da missão em sua vida.
Como discípulos missionários de Jesus somos cooperadores na missão de Deus. Na verdade, somos missão de Deus no mundo e na história. A disponibilidade e a generosidade do nosso “sim”, na consagração religiosa e na ordenação, conduzem-nos por caminhos que não escolhemos. É Deus quem escolhe, nós confirmamos.
Cheguei em Brasília (DF) para colaborar na Equipe das Pontifícias Obras Missionárias (POM), no dia 9 de agosto de 2012. Após cinco anos servindo como secretário nacional da Pontifícia União Missionária e assessor de comunicação, deixarei esse trabalho, no dia 10 de setembro de 2017, para assumir nova missão como Conselheiro Geral do Instituto Missões Consolata (IMC). Para os próximos seis anos, devo residir em Roma e acompanhar as missões nas seis províncias da congregação no continente americano.
Na perspectiva da fé, posso afirmar que, no mês de junho de 2017, Deus me falou por meio de diversos acontecimentos. Neles reencontrei as raízes da família, da Igreja e da minha Congregação.
1.Estive na Itália onde participei do XIII Capitulo Geral dos missionários da Consolata. Visitei Aviano, na Província de Pordenone, cidade natal do meu avô, Costante Patias. Rezei missa junto à pia batismal onde ele e outros parentes que imigraram para o Brasil foram batizados. Foi um reencontro com as origens da família.
2. No dia 5 de junho, com vários colegas missionários e missionárias da Consolata, tive a graça de apertar a mão do papa Francisco e receber sua bênção. Em Roma, no centro da fé católica, reencontrei as origens da Igreja.
3. O Capítulo Geral é um tempo forte para reencontrar as origens da Congregação, o carisma e identidade que para nós é a missão ad gentes. À luz do carisma refletimos sobre a revitalização e a reestruturação. Foi nesse ambiente multicultural e internacional que, no dia 13 de junho, fui eleito Conselheiro Geral do IMC. A posse ocorreu no dia seguinte e à noite regressei antecipadamente ao Brasil para acompanhar o meu pai, Arlindo em sua passagem para a eternidade. Partiu no dia 22, rodeado dos nove filhos, mistérios de Deus! A ele e à mamãe Maria, que nos deixou em 2012, a minha gratidão pela vida, humana e divina. Obrigado também aos meus irmãos e irmãs pelo carinho.
Sou natural de Esquina Buriti, comunidade no interior de Tuparendi (RS). Conduzido por Deus, nestes 24 anos de ministério não me faltaram oportunidades e opções na missão. No Brasil, em meus estudos e formação; na Colômbia (Noviciado); depois na Inglaterra (estudos de teologia); em Moçambique (1994-2001) na missão, formação e ensino. De volta ao Brasil, em São Paulo, por dez anos, na comunicação com a revista Missões, na animação missionária e direção da Congregação.
Nas POM em Brasília, foram cinco anos intensos colaborando na formação, animação missionária, produção de subsídios e comunicação. Tive a oportunidade de estar em vários regionais e dioceses, participei de muitos eventos, alguns deles no exterior e encontrei inúmeras pessoas apaixonadas pela missão. Foi um tempo de graça, lutas e aprendizado. Por tudo, Deus seja louvado!
A minha gratidão especial aos colegas das últimas duas direções das POM pela comunhão e convivência. Aos funcionários e colaboradores, pela dedicação e profissionalismo. À Igreja no Brasil, obrigado pela abertura e sinodalidade. Agradeço, enfim, a confiança da minha família religiosa Consolata e o apoio de todos. Pelas falhas, peço perdão na certeza de que o maior desafio da missão é a minha própria conversão.
Quero destacar com alegria, nos últimos anos, a maior atenção com a formação missionária dos seminaristas. Houve também, o fortalecimento dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises) e diversas experiências missionárias na formação. O 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas (julho de 2015), a celebração do Centenário de fundação da Pontifícia União Missionária (outubro de 2016) e a 1ª Assembleia Nacional de coordenadores regionais de Comises (julho de 2017) foram momentos significativos na caminhada. Por isso, o meu muito obrigado aos seminaristas, formadores, bispos e lideranças que apoiam e valorizam o nosso trabalho. Gostaria de agradecer ainda, o importante papel da Comissão Nacional dos Comises e a comunhão com os organismos e comissões da CNBB, e o importante apoio da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
Movido pela paixão por Cristo e pela humanidade, diante dos novos desafios, peço ao Senhor a capacidade de continuar a ser um semeador que ame o chão da missão e que nunca se canse de espelhar a Boa Semente! “Tudo com missão, nada sem missão”.
Pe. Jaime Carlos Patias, IMC, conselheiro Geral do Instituto Missões Consolata.