de Andréa Bonatelli
A missa em ação de graças pelos cem anos da Pontifícia União Missionária foi celebrada na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília (DF). “Toda a Igreja para todo o Mundo!” foi o lema, que motivou o padre italiano Paolo Manna, PIME, a criar no dia 31 de outubro de 1916 a União Missionária do Clero, Obra declarada Pontifícia por Pio XII em 1956.
A celebração foi presidida pelo diretor nacional das POM, padre Maurício da Silva Jardim e concelebrada pelos padres Lirio Girardi e Mario Silva, da paróquia Nossa Senhora Consolata, pelos padres espanhóis Francisco Javier Ávila e Luís Alberto Gonzalez e pelo secretário nacional da Pontifícia União Missionária, padre Jaime Patias.
Participaram da missa colaboradores e funcionários das POM, representantes do Centro Missionário Cultural (CCM), a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Maria Inês Ribeiro, o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, padre Sidnei Dornelas e irmã Irene Lopes, assessora da Comissão para a Amazônia da CNBB.
Na homilia padre Jaime contou um pouco da história da Pontifícia União Missionária e as características desta Obra. “No entender do fundador, padre Manna, a União Missionária nascia para resolver, no modo mais radical, o problema da cooperação dos católicos para com o apostolado em todo o mundo”.
Padre Jaime explicou que Paolo Manna atribuía a falta de interesse pela missão ad gentes à ignorância da dimensão missionária dos padres. “Segundo Manna, muito absorvidos nas atividades pastorais, os padres não percebem a urgência além de suas fronteiras, assim, a União Missionária nasce para ser um estímulo a todos os presbíteros para ir ao encontro das necessidades da missão em todo o mundo”.
Inicialmente a União Missionária visava o clero, mais tarde foi ampliada. “No princípio a União Missionária ensinava que um presbítero missionário poderia animar todo o povo cristão para a missão. Mais tarde, o papa Pio XII a ampliou para religiosos, religiosas, vida contemplativa e também para leigos e leigas empenhados na formação missionária das comunidades”, relatou padre Jaime.
Hoje esta Obra está presente em todo mundo e inclui a formação missionária de seminaristas. O trabalho de formação é realizado por meio dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises). “O objetivo é proporcionar uma sólida espiritualidade e formação missionária capaz de enfrentar os desafios da missão na pastoral, nova evangelização e na missão ad gentes”, finalizou o secretário.
Para irmã Maria Inês Ribeiro é significativo celebrar os 100 anos da Pontifícia União Missionária. “A União Missionária se preocupa com a formação e essa tem sido uma grande preocupação da Conferência dos Religiosos do Brasil ao formar seus membros. A vida religiosa é chamada justamente para evangelizar, a responder aos apelos de Deus, onde se tem necessidade de evangelizar, junto aos marginalizados, nas fronteiras, junto às pessoas abandonadas e sofridas. Precisamos formar pessoas para essas situações missionárias e celebrar o centenário desta Obra é abraçar realmente essa causa”.
Padre Sidnei Dornelas classificou a União Missionária como uma Obra importante, porque toca àqueles que são os atores da missão, principalmente os presbíteros. “A União Missionária diz respeito a todas as dimensões da Igreja, mas como mexe e toca, principalmente, com o clero, sobretudo o clero diocesano, tem um papel fundamental. Hoje em dia a gente percebe como é importante a cooperação missionária entre as Igrejas locais e esta Obra ajuda a conscientizar o clero diocesano que ele está para servir a missão na Igreja, no mundo todo. Porque a missão não se resume numa Igreja local, numa diocese, mas abraça o mundo. Poder criar essa sensibilidade nos seminaristas, presbíteros, mostrando que eles são missionários ajuda a Igreja a alargar o sentido da missão”.
Depois da celebração, todos participaram de um almoço festivo.