Saber ressignificar

Por Filipe Augusto Costa*

O primeiro semestre de 2020 impôs um novo e grande desafio: a Pandemia da COVID-19

“Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?’ O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.” (Homilia do Papa Francisco, Praça de S. Pedro, 27/03/2020)

Podemos dizer que a pandemia tem nos feito pensar e repensar muitas realidades. Para melhor evangelização neste nosso tempo, bispos, padres, religiosos e religiosas, seminaristas e leigos tiveram que reinventar e ter maior criatividade evangélica. O Papa Francisco nos diz: “quem renasceu da água e do Espírito está chamado a sair de si mesmo e abrir-se aos outros, a viver a proximidade, o estilo de viver juntos, que transforma cada relação interpessoal em uma experiência de fraternidade”, por isso devemos ter como centro e norte da nossa evangelização as Sagradas Escrituras, os ensinamentos da Igreja, e testemunho coerente da nossa vivência de fé.

Eu, seminarista diocesano, por meio da situação por que passamos, adotei ‘lives’ rezando o Santo Terço na rede social do Instagram, então percebi o quanto as pessoas estão carentes, necessitadas da escuta solidária, missionária e motivadora do Amor grandioso de Deus, mas, de um Deus AMOR, um Deus que não nos julga, e desculpe pela repetição de palavras, mas quero retratar e enfatizar que Deus não é o causador disso, Ele é soberano, grandioso e um Deus que nos quer bem.

Devemos olhar com outros olhos, saber ressignificar (dar novo sentido). Jesus nos ensinou: o que irá nos salvar no final de nossa vida é a caridade. E São Paulo, na Carta aos Coríntios diz que, no final, só nos restará a caridade (cf. cap. 13). A liturgia, os sacramentos, a catequese e a Palavra de Deus nos fortalecerão para vivermos melhor a caridade que, hoje, tem o nome de solidariedade e, pelo que me parece, é a melhor forma de evangelizar neste tempo de pandemia. Saindo de nós mesmos e de nossas pequenas seguranças, indo ao encontro do irmão que sofre, cumpriremos o mandato de Jesus que nos deu o exemplo ao doar sua vida e, ressuscitado, não nos deixou sozinhos. Ele nos enviou o Defensor (Paráclito) e disse que estaria conosco todos os dias até o fim do mundo (Mt, 28, 20).

* Seminarista diocesano da Diocese de Luz, MG e cursando o 1º ano de Teologia na PUC Minas. Coordenador do COMISE do Regional Leste 2 e membro do COMISE Nacional.

 

 

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