10º FORMISE: Comunhão e missão

“Agradecidos pelo que o Senhor nos deu”, os futuros presbíteros missionários do Brasil iniciaram o terceiro dia do 10º FORMISE Nacional e Nordeste com a celebração eucarística presidida por Dom Armando, bispo da diocese de Bacabal. No decorrer do dia, reunidos em assembleia, os seminaristas participaram da palestra “Comunhão e missão: essência do mistério da Igreja” ministrada pelo Pe. Antônio Niemec, secretário da Pontifícia União Missionária.

IMG_5819Segundo o palestrante, “A comunhão é missionária, caso contrário ela não é cristã. Não é um exercício isolado, individual, mas comunitária”; visa contribuir para realizar melhor a missão da Igreja; ajudar no fortalecimento da comunhão eclesial e na renovação de nossa fidelidade àquele que nos chamou e nos reuniu na mesma unidade: o Pai no Filho com o Espírito Santo. Afirma padre Niemec que “Precisamos nos sensibilizar sobre a necessidade de crescer na unidade, comunhão, colegialidade e sinodalidade”.

Com base no livro Atos dos Apóstolos 13, 1-5 e 14, 16-28 bem como de uma metodologia dos documentos da Igreja, é ressaltado a necessidade de voltarmos nosso olhar no que tange a “comunhão” e “missão” no âmbito formativo da Igreja, especialmente nas casas de formação de todo o país. Existem fatores que constituem motivo de tensão e, também, reais obstáculos ao desempenho da missão da Igreja, entretanto, nem sempre é claro o limite entre uma válida diversidade de opiniões e práticas pastorais da comunhão eclesial. Desde o Concílio Vaticano II estamos vivendo uma passagem de uma eclesiologia (Concílio de Trento) para outra (CV II). Nota-se então, a existência da dificuldade em conviver em meio às tensões e conflitos, porém devemos aprender a trilhar o caminho da unidade. Existem várias tensões enfrentadas cotidianamente na sociedade, diz o palestrante, mas acima de tudo, também existem meios para supera-las.

IMG_5850A essência da Igreja é missionária, e a responsabilidade de preservação dessa essência é de todos. “Quando o leigo deixa de ser sujeito de missão ele deixa de assumir suas responsabilidades como cristão”, portanto, é necessário que as comunidades tragam consigo o ser missionário em sua totalidade, deixando de lado a falta de integração, voltando-se a caminhar paralelamente aos irmãos e aos líderes paroquiais. É assim que se urge a “comunhão eclesial”.

Referente ao documento de Aparecida, devemos “Fazer da Igreja escola de comunhão”, e assim, adentramos ao mistério da Igreja, diz o conferencista. A comunhão eclesial, por meio da Igreja, se derrama pelo mundo atraindo-nos à união com Deus e com os demais. Não podemos olhar para a Igreja com olhos humanos, a partir da realidade humana, mas evidenciar que a Igreja é manifestação da Trindade. O amor pela Igreja deve ser espalhado pelo mundo através da comunhão, da caridade e da verdade, instituídas por Cristo como manifestação do mistério e do amor.

A comunhão eclesial é uma comunhão orgânica. Na Igreja somos todos pastores e leigos “irmãos” chamados à comunhão missionária a fim de reconciliar o homem com Deus e, n’Ele, fazer irmãos todos os homens. Padre Antônio expõe a necessidade de reviver na Igreja a comunhão da Santíssima Trindade e, além disso, comunicar essa comunhão, cativar os outros a se integrarem ao corpo da Igreja.

IMG_6184Num segundo momento, Pe. Antônio falou aos seminaristas sobre o amor, o amor que envia o Filho no Espírito Santo para anunciar a Boa-Nova a toda à humanidade. Falar de Deus significa, portanto, falar de Comunidade, Amor e Missão. O amor cristão é o amor extremo, o amor até o fim presente nas coisas pequenas do dia a dia, um amor ilimitado. Se as comunidades cristãs deixam de ser missionárias ou relativizam a missão, deixam de ser cristãs. “Vamos para o diferente! Vamos caminhar na diversidade!”, infere padre Niemec. A comunhão com os irmãos potencializa o compromisso com a sociedade.

“A atividade missionária ainda hoje representa o máximo desafio para a Igreja e a causa missionária deve ser (…) a primeira de todas as causas” (EG, 15). É missão esforçar-nos a superar nossos desafios pessoais para que haja condição de que os outros tenham facilidade de conviver conosco, a fim de criarmos uma comunhão cristã fundamentada no amor de Cristo. O palestrante termina afirmando que não haverá nenhuma renovação missionária nas Igrejas se estas não se projetarem além de suas fronteiras. Se não nos preocupamos em mudar, em nos renovar, viveremos por muitos anos uma grande infantilidade. Só pode ser missionário quem se sente bem procurando o bem do próximo. Se nos sentimos bem fazendo bem ao outro, podemos nos considerar missionários e cristãos autênticos.

No final do dia, os seminaristas foram conduzidos a um passeio em diversos pontos turísticos da cidade de São Luís. Encerrando a programação, aconteceu no Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA) uma noite cultural típica dos costumes maranhenses, a qual os futuros missionários presbíteros comemoraram o aniversario de dez anos de FORMISE nacional e nordeste, e o aniversário natalício de Dom Esmeraldo Barreto Farias. Além disso, os presentes puderam degustar da culinária maranhense e conhecer diversos estilos de dança e música regionais.

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