Papa no Angelus: viver como filhos da luz e caminhar na luz

A cura do cego de nascença, narrada pelo Evangelho do dia, inspirou a alocução do papa – que precede a oração do Angelus – neste IV Domingo da Quaresma.

“Com este milagre Jesus se manifesta e se manifesta a nós como luz do mundo” e que acolhendo novamente nesta Quaresma a luz da fé, “também nós, a partir da nossa pobreza”, sejamos “portadores de um raio da luz de Cristo”, disse Francisco, dirigindo-se aos milhares de fieis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

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Aquele cego do Evangelho, ao readquirir a visão, “abre-se ao mistério de Cristo”, disse o Pontífice, que explicou:

“Este episódio nos induz a refletir sobre nossa fé em Cristo, o Filho de Deus, e ao mesmo tempo refere-se também ao Batismo, que é o primeiro Sacramento da fé: o Sacramento que nos faz “vir à luz”, mediante o renascimento da água e do Espírito Santo; assim como acontece ao cego de nascença, ao qual se abrem os olhos após ter sido lavado na água da piscina de Siloé”.

“O cego de nascença curado – completou Francisco – nos representa quando não nos damos conta que Jesus é a luz, “a luz do mundo”, quando olhamos para outros lugares, quando preferimos confiar nas pequenas luzes, quando tateamos no escuro”:

“O fato de que aquele cego não tenha um nome, nos ajuda a nos refletir com o nosso rosto e o nosso nome na sua história. Também nós fomos “iluminados” por Cristo no Batismo, e portanto somos chamados a comporta-nos como filhos da luz. E comportar-se como filhos da luz exige uma mudança radical de mentalidade, uma capacidade de julgar homens e coisas segundo uma outra escala de valores, que vem de Deus. O Sacramento do Batismo, de fato, exige a escolha firme e decidida de viver como filhos da luz e caminhar na luz”.

Mas, o que significa “ter a verdadeira luz, caminhar na luz?”:
“Significa, antes de tudo, abandonar as falsas luzes: a luz fria e fátua do preconceito contra os outros, porque o preconceito distorce a realidade e nos enche de aversão contra aqueles que julgamos sem misericórdia e condenamos sem apelo. Isto é pão de todo dia! Quando se fala mal dos outros, não se caminha na luz, se caminha na sombra”.

E Francisco completa: “Outra luz falsa, porque sedutora e ambígua, é aquela do interesse pessoal: se valorizamos homens e coisas baseados em critérios de nossa utilidade, do nosso prazer, do nosso prestígio, não realizamos a verdade nos relacionamentos e nas situações. Se vamos por este caminho do buscar somente o interesse pessoal, caminhamos nas sombras”.

O Papa concluiu, pedindo que a Virgem Santa obtenha para nós “a graça de acolher novamente nesta Quaresma a luz da fé, redescobrindo o dom inestimável do Batismo, que todos nós recebemos. E esta nova iluminação nos transforme nas atitudes e nas ações, para sermos também nós, a partir da nossa pobreza, portadores de um raio da luz de Cristo”.

Fonte: Rádio Vaticano

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